O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, demitiu-se, esta segunda-feira, depois de o "Não" ter vencido no referendo nacional, noticiam as agências internacionais.
"Pouco depois de serem anunciados os resultados do referendo, fui informado de uma certa preferência de alguns participantes do Eurogrupo, e de vários parceiros, pela minha 'ausência' nas reuniões. Uma ideia que o primeiro-ministro considerou ser potencialmente útil para que conseguisse chegar a um acordo. Por este motivo deixo o Ministério das Finanças", disse Varoufakis, através do seu blogue, depois de ter feito o anúncio na sua conta de Twitter.
"Considero que é meu dever ajudar Alexis Tsipras a explorar, como lhe aprouver, o capital que o povo grego nos concedeu através do referendo", escrevo, dizendo ainda "Vou vestir a aversão dos credores com orgulho".
"O esforço sobre-humano para honrar o bravo povo da Grécia, e o famoso Não que deram a democratas de todo mundo, está apenas a começar", concluiu.
Conhecido como "o marxista errático", Yanis Varoufakis agitou as negociações políticas na Europa. Saiba mais sobre este filho de um dos maiores produtores de aço da Grécia.
O primeiro-mnistro grego já agradeceu a Varoufakis o "incansável esforço" na defesa dos interesses da Grécia nas negociações com os parceiros da UE, disse o porta-voz do executivo, Gavriil Sakelaridis.
"O primeiro-ministro sente a necessidade de agradecer o incansável esforço (de Varoufakis) para defender a posição e os interesses do governo e do povo grego em condições muito difíceis", sublinhou o porta-voz.
Sakelaridis reconheceu o "papel de líder" que Varoufakis desempenhou nas negociações com os credores desde que o partido Syriza ganhou as eleições gerais em 25 de janeiro.
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou, entretanto, que a renúncia do ministro grego representa um alívio para o diálogo com Atenas, mas precisou que não é por isso que as negociações serão mais fáceis.
Schulz declarou que o êxito das futuras negociações entre a União Europeia (UE) e a Grécia não depende de pessoas concretas.
"Não depende de quem negoceia, mas de sobre o que é que se negoceia", sublinhou Schulz à margem de um evento na Escola Superior de Desportos de Colónia, no oeste da Alemanha.
Segundo Schulz, houve até 18 generosas ofertas na mesa e a Grécia respondeu 'não' às propostas com uma ampla maioria.
"O governo viu o apoio fortalecido em casa, mas a nível europeu provavelmente não", sublinhou o presidente do PE, que adiantou que Atenas "deve agora apresentar propostas que sejam convincentes".