Mundo

Novo recurso contra decreto anti-imigração de Trump

Novo decreto de Donald Trump entra em vigor dia 16 Carlos Barria/Reuters

Organizações de defesa dos direitos cívicos e dos refugiados e particulares anunciaram na sexta-feira a apresentação de um recurso contra o decreto do presidente Trump sobre imigração, reforçando a batalha judicial iniciada por vários estados do país.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma nova versão do controverso decreto sobre imigração que foi bloqueado pela justiça americana.

artigo 5708223 esquerda

Na nova versão do decreto, que visa impedir a entrada de cidadãos de certos países nos Estados Unidos, são agora referenciados seis países de maioria muçulmana: Irão, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen. O Iraque, incluído na primeira versão, ficou de fora.

"Passar uma nova camada de tinta sobre a interdição de entrada dos muçulmanos não resolve o problema fundamental que é o de a Constituição e das nossas leis proibirem a discriminação religiosa", disse Omar Jadwat, diretor do projeto Direitos dos Imigrantes, da União Americana das Liberdades Cívicas, a ACLU.

"Quanto mais o presidente Trump se aventurar por esse caminho, mais claramente vai parecer que ele viola essa norma fundamental", acrescentou.

O recurso federal contra o novo decreto anti-imigração de Donald Trump foi interposto pela ACLU e pelo National Immigration Law Center em nome das organizações de defesa e ajuda aos refugiados HIAS e International Refugee Assistance Project, da associação Middle East Studies, assim como de vários particulares, "incluindo os cidadãos norte-americanos afetados pelo decreto", precisou a ACLU.

O novo decreto, tal como o primeiro, "é motivado por um sentimento antimuçulmano e descrimina explicitamente sobre a base das origens nacionais", referem as organizações no recurso.

Vários estados norte-americanos estão envolvidos numa batalha judicial paralela contra este novo decreto, que entra em vigor em 16 de março e proíbe temporariamente a entrada nos Estados Unidos dos refugiados de todo o mundo e de cidadãos de seis países de maioria muçulmana (Irão, Líbia, Síria, Somália, Síria, Sudão, e Iémen).

citacao A administração continua a querer implementar uma política desumana e inconstitucional esquerda

Na sexta-feira, o mais alto responsável da justiça do Estado do Maryland, Brian E. Frosh, anunciou que iria juntar-se ao recurso já interposto pelo Estado de Washington, que tinha estado na origem da suspensão do primeiro texto.

"A administração continua a querer implementar uma política desumana e inconstitucional e prejudica a nossa segurança em vez de nos proteger", afirmou.

As pessoas com autorização de residência, que detém os conhecidos "green card", e os titulares de vistos estão explicitamente protegidos e podem continuar a viajar para os Estados Unidos, assegurou a administração norte-americana.

Trump mantém o congelamento da entrada por 120 dias para os refugiados à exceção dos que já tenham, à data, autorização de entrada no país.

O novo decreto entra em vigor em 16 de março, por 90 dias, segundo os documentos publicados esta semana pelo Departamento de Segurança Interna norte-americano.

Redação