O presidente dos EUA assinou, esta segunda-feira, nova ordem executiva para controlar a entrada de cidadãos de seis países muçulmanos no país.
Corpo do artigo
A grande novidade é a retirada do Iraque da lista dos países cujos cidadãos vão estar 90 dias impedidos de viajar para os EUA.
5708541
O Iraque estava incluído entre os sete países muçulmanos abrangidos pela primeira decisão de Trump sobre esta matéria, e que causou grande controvérsia, de suspender durante 120 dias o programa de acolhimento de refugiados, e o fim da emissão de vistos, durante três meses, para os respetivos cidadãos que pretendessem viajar para os Estados Unidos.
Segundo a agência noticiosa, a nova ordem executiva deverá manter o impedimento de entrada de 90 dias para os cidadãos de seis países de maioria muçulmana: Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.
A porta-voz da Casa branca, Sarah Huckabee Sanders , revelou ainda que a nova ordem vai ter efeito a partir de 16 de março.
As pessoas com autorização de residência, que detém os conhecidos 'green card', e os titulares de vistos estão explicitamente protegidos e podem continuar a viajar para os Estados Unidos, assegurou a administração norte-americana.
Trump mantém o congelamento da entrada por 120 dias para os refugiados à exceção dos que já tenham, à data, autorização de entrada no país.
O novo decreto entra em vigor a 16 de março, por 90 dias, segundo os documentos publicados hoje pelo Departamento de Segurança Interna norte-americano.
A primeira ordem executiva para restringir entradas nos EUA, provocou grande polémica no país e em todo o mundo. Foi combatida nos tribunais norte-americanos e acabou por ser suspensa, após o juiz federal James Robart, de um tribunal de Seattle (estado de Washington, noroeste), a ter bloqueado, com efeito imediato em todo o país.
"Medida vital para a segurança"
O chefe da diplomacia americana, Rex Tillerson, defendeu hoje que o novo decreto sobre a imigração, que proíbe a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de seis países muçulmanos, é "vital" para a segurança nacional do país.
"O decreto assinado hoje pelo Presidente [Donald Trump] protege a nação contra a entrada de terroristas estrangeiros nos Estados Unidos e é uma medida vital para reforçar a nossa segurança nacional", afirmou o secretário de Estado norte-americano, numa breve declaração à comunicação social.
"Com esta ordem, o Presidente Trump está a exercer a sua autoridade legítima de manter o nosso povo em segurança", reforçou Tillerson, momentos depois do anúncio da assinatura do chefe de Estado norte-americano de uma nova versão do controverso decreto sobre imigração, que foi bloqueado no início de fevereiro pela justiça americana.
Tillerson, por seu turno sustentou que "o Iraque é um aliado importante no combate para vencer" o grupo extremista Estado Islâmico (EI), dirigindo ainda palavras de louvor aos "soldados corajosos que combatem em estreito contacto com os homens e as mulheres de uniforme americano".
O secretário de Estado também agradeceu ao primeiro-ministro iraquiano, Haidar al-Abadi, por ter avançado, em colaboração com o Departamento de Estado, com "medidas de segurança" destinadas a "impedir aqueles que têm intenções criminosas ou terroristas de entrar nos Estados Unidos".
O novo chefe da diplomacia norte-americana, que falava ao lado do secretário da Segurança Interna (John Kelly) e do procurador-geral (Jeff Sessions), considerou ainda que "as ameaças à segurança [dos EUA] estão constantemente a evoluir (e que) o senso comum ordena uma reavaliação constante dos procedimentos sobre os quais dependemos para proteger o país".
Esta ação presidencial está em linha com as promessas que Trump fez durante a campanha presidencial. O então candidato republicano assumiu o compromisso de aplicar uma política de "verificação extrema" das fronteiras com o objetivo de impedir a entrada no país de extremistas.