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A SIC vai apostar na escrita de ficção original, deixando de depender das adaptações de guiões com base em formatos comprados na América do Sul. A medida só deverá ter reflexos práticos em 2008.
Este passo vai fazer com que as futuras novelas exibidas pela estação reflictam a realidade portuguesa. E dará mais agilidade à produtora, Teresa Guilherme Produções, no que toca à relação entre o processo criativo de escrita e a execução da novela. É que adaptar formatos estrangeiros limita em termos de enredo, sendo preciso negociar as clásulas contratuais aquando da compra do formato, se se quiser alterar alguma coisa do argumento.
Responsável por esta tarefa ficará a mesma empresa que, actualmente, já adapta os formatos importados a Plot, da qual Henrique Dias - casado com a responsável para a Ficção da SIC, Teresa Guilherme -, é um dos quatro sócios, juntamente com Fernando Luís Sampaio, Luís Miguel Viterbo e Frederico Pombares. A Plot já fez a adaptação de "Floribella" (duas temporadas), "Jura", "Vingança", "Chiquititas" (estreia em meados de Julho) e a novela que a SIC prepara para Outubro.
A estratégia de valorizar a ficção original foi confirmada ao JN por Francisco Penim. O actual director de Programas da SIC não quis comprometer-se com uma data para a execução deste projecto, explicando que será "concretizada na altura certa" e "não será possível exibir já em 2007 um projecto da casa".
Depois de ter seguido as pisadas da TVI, apostando nas novelas portuguesas, a par das da Globo, a SIC vai também seguir a opção de escrever o seus próprios originais. A TVI já o faz desde 2000, através da Casa da Criação, uma subsidiária do grupo Media Capital.
"Sonhos traídos" (2002); "Saber amar" (2003); "O teu olhar" (2003); "Queridas feras" (2003); "Mistura fina" (2004) e "Mundo meu" (2005), são os projectos criados de raíz por aquela empresa, que colaborou ainda com Tozé Martinho em "Dei-te Quase Tudo" (2005), e com Manuel Arouca em "Tu e Eu" (2006). Falta nomear "Morangos com açúcar", há quatro anos no ar . Além destes originais, que só começou a escrever três anos depois de fundada, a Casa da Criação já adaptou para língua portuguesa oito fomatos em castelhano.