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Oprimeiro-ministro conservador John Howard e o trabalhista Kevin Rudd disputam hoje a vitória nas eleições gerais da Austrália. As alterações climáticas e a política externa, nomeadamente a presença no Iraque, marcaram uma campanha que deixou fortes indícios de que o país se prepara para virar à Esquerda, depois de mais de uma década de governo conservador.
John Howard é considerado, segundo palavras do presidente norte-americano George W. Bush, um "homem de ferro", mas o primeiro--ministro prefere descrever-se como ''um tipo comum''. Com 68 anos, tenta um quinto mandato, tendo como vantagem a boa situação económica do país, embora seja duramente criticado pelas escolhas feitas na guerra do Iraque.
Howard, formado em Direito, tem justamente como ponto fraco as escolhas que fez ao nível da política externa.
Após ter coordenado com sucesso, em 1999, a força multinacional em Timor-Leste para pôr fim aos massacres contra os partidários da independência, as opções de Howard no Iraque, onde se encontram 1500 soldados australianos, foram muito mal vistas pela população.
Aliás, o seu alinhamento com a política norte-americana rendeu--lhe o apelido de "xerife adjunto" dos Estados Unidos e a sua popularidade tem vindo a cair.
Em contrapartida, no plano interno, a administração de Howard foi marcada pelo maior período de crescimento económico do pós- -guerra, com a taxa de desemprego em baixa e um aumento dos índices da Bolsa.
Do outro lado da disputa está o trabalhista Kevin Rudd, que irá tentar interromper os 11 anos de poder dos conservadores. Rudd é um antigo diplomata cuja habilidade política permitiu o crescimento do partido no país.
Na liderança dos Trabalhistas desde Dezembro de 2006, Kevin Rudd, de 50 anos, herdou um partido desmoralizado e dividido. Os analistas políticos afirmavam, na época, que Rudd era demasiadamente intelectual e não tinha o perfil dos líderes políticos que fazem sucesso entre os eleitores australianos. Apelidado de "Harry Potter" pelo próprio partido, Kevin Rudd prefere, porém, ser conhecido como "um tipo muito determinado" e conseguiu reverter esse quadro.
Durante a campanha, Rudd apresentou um conjunto de propostas que diferem apenas em alguns pontos da dos conservadores, como a retirada dos soldados australianos do Iraque e a revogação da controversa reforma dos direitos do trabalho.
População A Austrália é o sexto maior país do mundo em área e está situada na Oceania. Tem 19 855 288 habitantes (Censo de 2006), sem os territórios externos.
Divisão administrativa Seis estados, dois territórios internos e três externos. Os estados são Queensland, Austrália Ocidental, Victoria, Nova Gales do Sul, Austrália do Sul e Tasmânia. Os dois territórios internos são Território do Norte e Território da Capital Australiana. Os três externos são as ilhas Cocos, Christmas e Norfolk.
Forma de governo Monarquia parlamentar. A chefe de Estado é a rainha Elizabeth II, do Reino Unido, representada na Austrália por um governador-geral, que é indicado pelo primeiro- -ministro australiano mas precisa contar com a aprovação da Coroa para ser efectivado. Desde 2003, o governador-geral é Michael Jeffery.
Religião Os católicos estão em maioria (25,8%), seguidos pelos anglicanos (18,7%). Os que afirmam não ter religião são 18,7%.