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Mais de uma centena de manifestantes concentraram-se ontem frente ao Centro de Saúde de Alcochete em protesto contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) daquela unidade de saúde, programado para o próximo dia 1 de Junho. O protesto foi convocado pela Comissão de Utentes de Saúde de Alcochete, cujos responsáveis argumentam que o encerramento vai deixar os habitantes do concelho sem cuidados médicos durante a noite, sendo obrigados, em caso de necessidade, a deslocar-se para fora do concelho. Uma delegação da Comissão de Utentes esteve reunida com a directora do Centro de Saúde e. À saída, Paula Zeverino revelou aos manifestantes que "a decisão é irreversível" e adiantou que, em alternativa, será criado o Atendimento Complementar (AC). "Vai funcionar durante a semana para dar resposta às situações de doença aguda, na ausência do médico de família, enquanto que aos fins-de-semana e feriados, o AC vai funcionar entre as 8 e as 20 horas", explicou a representante dos utentes. Uma solução que não deixou, no entanto, os manifestantes descansados. "Quem tem dinheiro pode ir ao privado, nós não" ou "Os médicos de família nem sempre cá estão, como é que vai ser nesse caso?", foram alguns dos protestos/interrogações ouvidos. Presente na manifestação, Luís Franco, presidente da Câmara Municipal de Alcochete, solidarizou-se com os protestos. Ao JN afirmou "lamentar que a Câmara não tenha sido auscultada em tempo razoável", adiantando que foi confrontado com esta decisão "apenas no passado dia 21". A questão, adiantou o autarca, é que "poderíamos ter contribuído para a melhoria efectiva dos cuidados de saúde no concelho". E não deixou de criticar alguma incoerência nesta medida "Numa altura em que há um crescente investimento público na região, está a assistir-se ao contrário".