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A Reserva Ornitológica do Mindelo, em Vila do Conde, assinala hoje 50 anos de existência, mas continua à espera da prometida classificação estatal como área protegida. Foi criada a 2 de Setembro de 1957 e tornou-se na primeira reserva ornitológica da Europa. Entre a foz do rio Ave e a praia do Mindelo, serve de refúgio a mais de um centena de espécies de pássaros, em particular para aves migratórias.
"Este atraso não é uma grande surpresa para nós, mas representa alguma frustração relativamente à Câmara de Vila do Conde e ao Ministério do Ambiente, que tinham assumido o compromisso de concretizar a classificação antes do 50.º aniversário", referiu, em declarações à Agência Lusa, Pedro Macedo, presidente da Associação Amigos do Mindelo, sublinhando a importância da classificação daquela área. "Permitirá criar uma entidade gestora, a quem competirá elaborar um plano de ordenamento, promover acções de requalificação e dinamizar candidaturas a fundos comunitários", realçou.
Há cerca de dois meses, a Câmara vila-condense enviou uma proposta de classificação da reserva do Mindelo para o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade. O documento, que prevê a criação da Paisagem Protegida do Litoral de Vila do Conde, entre Azurara e Labruge (abrange uma área superior à da reserva), está a ser analisado pelo instituto. Seguir-se- -ão o período de discussão pública e a eventual aprovação pelo Conselho de Ministros.
"Queremos que o assunto seja resolvido o mais rapidamente possível", garantiu Vítor Costa, vereador do Ambiente da Câmara. Convencido de que a classificação tem interesse "regional e metropolitano", o autarca entende que esta é a medida mais adequada "para proteger melhor o território", uma vez que a proposta municipal "não menoriza a reserva ornitológica". Converte-a no "núcleo central da futura área protegida" do concelho.
Ainda de acordo com informações da gência Lusa, o território da Reserva Ornitológica do Mindelo tem sofrido uma pressão urbanística fortíssima os terrenos urbanos e industriais aumentaram mais de 600%, representando hoje mais de um quarto da área total da reserva.