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É um arranque com êxito total no que concerne a adesão de público os bilhetes para o primeiro dia da 3ª edição do Rock In Rio Lisboa já esgotaram e hoje esperam-se perto de 100 mil pessoas no Parque da Bela Vista.
A meio da tarde de ontem, o JN visitou o recinto e testemunhou a azáfama habitual nestes eventos por todo o lado, circulavam camiões, carrinhas, empilhadoras e trabalhadores em intensa labuta. Hoje, às 16 horas, as portas abrem-se. Estará tudo a postos?
"É claro que sim", garantiu-nos o brasileiro Walter Ramires, director de operações do Rock In Rio ou "prefeito da Cidade do Rock", como o próprio gosta de ser tratado. "Estamos só nos retoques finais, que, como o pessoal diz, é um pouquinho mais de baton aqui e um brilhozinho ali", apontou, antes de lançar um sorriso despreocupado "A chuva sempre atrapalha um pouco, né? Mas está tudo tranquilo".
Tal como nas duas edições anteriores, toda a estrutura montada nos 200 mil metros quadrados do Parque da Bela Vista está impecavelmente bem arrumada e tudo parece pensado ao pormenor para albergar quase uma centena de milhar de pessoas. Ontem, e apesar da chuva dos últimos dias, a lama não abundava - grande parte do piso é verde, relvado ou, até, alcatifado. Não faltam zonas com bastantes árvores e sombras. Por todo o lado, abundam caixotes de lixo. E até as casas de banho, habitualmente motivo das maiores críticas dos frequentadores de festivais, recebem, agora, melhorias visíveis são cerca de 300 e grande parte delas passa a estar directamente ligada a um sistema de esgotos, em vez do habitual processo químico.
"Estamos a fazer um festival com estruturas mais complexas e este ano tivemos o dobro do trabalho", assegurou Walter Ramires, frisando que, mesmo assim, toda a montagem se desenrolou mais rapidamente "Habitualmente, começávamos a montar a cidade a 1 de Março, mas, este ano, começámos 15 dias depois". Só para erguer a Cidade do Rock, foi necessária "uma média de 500 pessoas por dia". A partir de hoje, serão mais 10.500 pessoas a trabalhar no festival.
Uma das estruturas que o responsável destaca para esta edição é a área Electrónica (ver texto ao lado). Todavia, os principais artistas subirão ao imponente Palco Mundo, o principal do recinto, e que impressiona pelas suas características. É enorme, gigantesco (2100 metros quadrados, 75 metros de comprimento e altura semelhante a um prédio de nove andares). E exibe uma fachada de assinalável arrojo estético, formas rectangulares forradas a cinzas e tons metalizados e duas centenas de painéis fotovoltaicos. À frente, uma enorme concha de relva receberá, já hoje, mais de 90 mil pessoas. Resta, pois, desejar que a festa seja grande. E que não chova.