Uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Brasil, iniciada, esta sexta-feira de manhã, provocou a morte a duas pessoas e levou à detenção de outras nove, todos supostamente fugitivos da favela da Rocinha, segundo fonte policial.
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A operação, concluída esta tarde, ocorreu na Vila Vintém, na zona oeste da cidade. O Batalhão da Polícia Militar de Bangu, responsável pela área, informou que com a chegada da polícia houve troca de tiros que levaram à morte de dois suspeitos.
Entre os nove detidos, quatro foram atingidos a tiro e recebem atendimento médico no hospital Albert Schweitzer.
Um dos detidos foi identificado como "Pará", apontado como o encarregado de fazer a segurança do chefe do tráfico local, António Bonfim Lopes, "Nem", preso na madrugada de quinta-feira.
Na operação, foram ainda apreendidas duas pistolas e dois fuzis. A polícia informou que encontrou mais de 800 embalagens de cocaína, 110 trouxas de canabbis, 60 pedras de crack e 96 embalagens de 'desirée' (mistura de cannabis com cocaína).
Nos últimos dias, a polícia do Rio de Janeiro fechou o cerco em torno da maior favela da cidade na tentativa de impedir que traficantes deixem o local antes da chegada da força de pacificação que ocupará a comunidade este fim de semana.
Outra operação, na quarta-feira, levou à detenção de outras dez pessoas que também tentavam abandonar o local. Juntamente com os criminosos foram detidos quatro polícias e um ex-polícia civil de um grupo de agentes corruptos, que faziam a escolta dos bandidos durante a fuga.
A previsão é de que a Rocinha e o Vidigal, favelas localizadas entre dois dos bairros mais nobres da cidade, seja pacificada até domingo.
A operação policial que pretende acabar com a influência do tráfico de droga na Rocinha, a maior favela do Rio de Janeiro, terá o apoio do Governo federal, garantiu hoje o ministro da Justiça do Brasil.
"Não faltarão efectivos", afirmou o ministro José Eduardo Cardozo, acrescentando que o Governo disponibilizou para o Rio de Janeiro homens das Forças Armadas e da Polícia Federal.
Nem o ministério nem a Polícia Federal adiantaram, no entanto, quantos homens farão parte da operação.
O Governo federal deverá colaborar ainda com o envio de equipamentos militares, como ocorreu durante a operação que ocupou o Complexo do Alemão.
Na ocasião, foram utilizados tanques blindados da Marinha, que ajudaram na deslocação dos polícias militares. Fuzileiros navais deverão ser os responsáveis pela condução destes tanques.
Para a operação, também foi fechado o espaço aéreo que corresponde à área das favelas da Rocinha e do Vidigal, localizadas na zona oeste da cidade.
Segundo um comunicado emitido hoje pela Força Aérea Brasileira (FAB), o espaço estará fechado entre as duas da manhã de domingo e a tarde da próxima segunda-feira.