O representante máximo do governo para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, Henrique Meirelles, considerou que as "construções móveis" foram um dos principais aprendizados que o Brasil recebeu da experiência de Londres até agora.
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"Uma das grandes lições que está sendo aprendida é exactamente procurar instalações que sejam práticas, funcionais, não muito caras, e que sirvam como legado para a cidade", afirmou o presidente do Conselho Superior da Autoridade Pública Olímpica (APO).
Segundo o representante olímpico brasileiro, um dos segredos para que os investimentos nos Jogos se convertam numa herança proveitosa para o Rio será o foco em instalações não permanentes, que possam ser deslocadas para outras partes da cidade após o término das competições.
"Outro segredo é fazer instalações temporárias numa maior parte possível dos projectos. Isto é, não se criar instalações permanentes que não tenham uso como legado. Aquilo que não puder ter uso posterior tem de ser o mais barato possível, desde que com qualidade; e, se possível, com instalações que possam ser transferidas", considerou.
Meirelles participou do seminário apresentado no Palácio da Cidade, em Botafogo, zona sul do Rio, pela delegação britânica comandada pelo vice-primeiro ministro, Nick Clegg.
O vice-primeiro foi ao Brasil acompanhado de uma comitiva de alto nível com quatro ministros, entre eles o responsável pela pasta de Cultura, Media e Desporto, Jeremy Hunt.
O evento serviu como plataforma de troca de experiências obtidas pelos setores público e privado na preparação dos Jogos de Londres2012, cuja Aldeia Olímpica ficou pronta com um ano de antecedência e dentro do orçamento.
Outro ponto destacado, tanto por Jeremy Hunt como por Meirelles, é a necessidade de se trabalhar em total sintonia com todas as esferas do governo.
Quanto à decisão da presidente Dilma Rousseff, anunciada recentemente, de criar um novo cargo que fica subordinado ao seu, Meirelles considerou adequada a medida e elogiou a indicação do ex-ministro das Cidades, Márcio Fortes.
"É um cronograma intenso, curto e que não pode atrasar. Portanto, acho que essa divisão do trabalho é fundamental. É um modelo que foi seguido pela maioria dos países. Fundamental é conseguirmos a colaboração e coordenação dos três níveis de governo", observou.
Quanto aos conselhos dado pelo ministro Jeremy Hunt -- a respeito da necessidade de se trabalhar com foco no orçamento previsto -- o responsável brasileiro considerou mais uma vez que a colaboração nas três esferas de governo, federal, estadual e municipal, será imprescindível para o cumprimento do programa previsto.
Otimista, o responsável destacou que a integração entre os diferentes níveis de autoridade já está a acontecer e garantiu que o trabalho está a ser organizado para que a questão dos custos seja "mais um motivo de orgulho", concluiu.