Começa esta quarta-feira e só termina no domingo: são cinco dias com uma enxurrada de filmes. Tudo para ver em Avanca.
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A comemorar um quarto de século de existência, arranca esta quarta-feira, pelas 21.45 horas, no Auditório Paroquial de Avanca, em Aveiro, a 26ª edição do festival internacional de cinema Avanca. Logo na sua primeira noite, dá destaque à animação portuguesa, com a projeção das obras de dois reconhecidos cineastas portugueses.
Manuel Matos Barbosa, a representar o talento de Portugal nacional e internacionalmente, estreia no certame o seu novo filme "O antiquário", selecionado pela Academia Portuguesa do Cinema, onde o desenho do criador, assente na obra de Fialho de Almeida e na música de Joaquim Pavão, ganha a voz do ator Ruy de Carvalho.
Cláudio Jordão, como um dos autores mais premiados no seu campo, é o segundo nome representativo de Portugal, que apresenta em competição "A espuma e o leão", uma obra que há mais de uma década desejava realizar.
Este seu filme retrata a jornada de um pequeno caiaque, transportando 18 corajosos marinheiros, que partia da praia de Olhão com rumo ao Rio de Janeiro, visando a entrega da notícia à corte portuguesa da libertação de Portugal das mãos de Napoleão.
A decorrer diariamente até domingo, o Festival de Avanca, que procura homenagear aqueles que tornaram possível a sua realização, prevê a exibição de 130 longas e curtas-metragens, das quais 30 fazem a sua estreia mundial e 26 são obra de engenho português.
Conversas à solta
Ainda a decorrer no primeiro dia, o festival marca o início da Conferência Avanca Cinema, no Espaço Multimeios da Escola Egas Moniz, bem como a apresentação do livro "Cento e quarenta anos de teatro aveirense", de José Pina, à qual se segue uma conversa, entre as 120 que se vão materializar nos cinco dias do evento, sobre cinema e média-arte promovida pelo CIAC - Centro de Investigação em Arte e Comunicação.
O segundo dia do festival promete a projeção de inúmeras obras sob o mote "Deslocados" - fio condutor da programação que dá visibilidade aos importantes movimentos de deslocação de pessoas em momentos de conflito (refugiados, migrantes, foragidos, entre outros). É o caso de "O império do silêncio", de Thierry Michel, que relata o episódio de dois assassinatos, em março de 2017, na República Democrática do Congo, a ser exibido na quinta-feira, às 14.30 horas.
Em seguida, a marcar as 18.15 horas, é apresentado o último filme de André Valentim Almeida: o documentário "Famille F.C.", que fala acerca dos clubes de futebol das comunidades portuguesas em Paris.
Ainda à noite, às 21.30 horas, faz a sua estreia mundial "Viagens em cabeças estrangeiras", fruto do realizador luso-francês António Amaral, que conta a história de três extraterrestres que habitam o corpo de humanos.
A encerrar o dia de 28 de julho está a obra final de Latifa Said que, sob o nome de "Toutes le nuits", aborda o tema do festival dos deslocados.
Avanca é um festival que procura traçar a conceção da produção contemporânea no que toca à imagem - cinema, televisão, vídeo e multimédia - e, como tal, realiza ao longo de cinco dias, uma competição internacional de filmes, propondo-se concretizar o encontro entre a cinematografia e os seus criadores.
Repleto de filmes, workshops, conferências, exposições, debates e ideias, o festival de Avanca torna-se num espaço de encontro para mais de 15 mil pessoas à volta do mundo, enquanto simultaneamente dará destaque a importantes questões da atualidade.