"Oppenheimer" fará história com 13 nomeações? E quem ganha a corrida de melhor atriz? "Barbie" já está afastada? "Maestro" também? E Scorsese, ficará de mãos a abanar? É tudo decidido esta noite.
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É uma nova teoria, é deveras inquietante, e está a ganhar tração em Hollywood: e se “Zona de interesse”, a insidiosa alegoria do Holocausto criada pelo inglês Jonathan Glazer, com cinco nomeações, ganha o Oscar de melhor filme e derrota o todo-poderoso “Oppenheimer” (13 nomeações)? É pouco provável: o colossal “magnum opus” de Christopher Nolan sobre a criação da maior arma de destruição maciça que a história já viu - a bomba que despenhou a chuva de chumbo no céu do Japão foi largada pelo presidente americano Truman a 6 de agosto de 1945 - está a pulverizar a concorrência e papou todos os prémios de vulto, Globos, Baftas, escolha de críticos, limpou tudo também nas guildas de produtores (PGA), realizadores (DGA) e atores (SAG).
É improvável mas não é impossível: como uma incessantemente assombração que fica a ressoar no espectador - é uma estalactite a pender sobre a alma engelhada do Ocidente liberal e ameaça lascá-la -, “Zona de interesse” escancara a horrível trivialidade da vida doméstica do comandante de campo de Auschwitz, que vivia com a família na casa preclara com jardim colada ao campo do extermínio nazi, e que nunca nos mostra as mortes judaicas, mas obriga-nos a ouvir a monstruosidade do seu som, é o mais pasmoso objeto artístico do ano.