Depois da bronca com os problemas técnicos durante os Korn, ainda se temeu um desastre com a chegada dos Hollywood Vampires. Mas Alice Cooper e companhia acabaram por semear a festa e fazer esquecer, em parte da assistência, aquela tragédia.
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Já se sabia que cá vinham homenagear os amigos bêbados e que o concerto seria um desfilar de versões. Temia-se demasiado circo, mas acabou por acontecer uma digna celebração do rock'n'roll, nesta estreia dos Hollywood Vampires em palcos portugueses.
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Muitas atenções estavam sintonizadas em Johnny Depp. E não obstante a catrefada de tragédias que nos últimos dias dias lhe caíram em cima - a morte da mãe, o divórcio, as acusações da ex-mulher - ele manteve a postura, sorridente do principio ao fim, a tocar, sem teatro, como músico. Não surgiu vestido à pirata, como muitos esperavam, mas simplesmente encartuchado numa t-shirt preta com lenços a circunvalar o pescoço. Já Alice Cooper, olhos afundados em negro, colete preto na camisa branca, foi o piloto daquela máquina.
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Joe Perry destruiu a guitarra no final de "My generation", dos The Who. Alice Cooper tocou harmónica em "Whole Lotta Love", dos Led Zeppelin. Joe Perry cantou "Stop messy around", dos Fleetwood Mac. E ao longo de uma hora e meia tocaram "20th century boy", de T Rex, "Pinball wizard", dos The Who, "Manic depression", de Jimi Hendrix, "Cold Turkey", de John Lennon, "Come together", dos Beatles", "Five to one" e "Break on through" dos Doors, "rebel rebel", de Bowie" ou, entre outras, "Ace of spades" dos Motorhead.
Acabaram por sair triunfantes, depois de um encore com "School's out" e "Another brick in the wall".
Não foi um concerto de epifania como o de Bruce Springsteen na semana passada, claro que não - mas salvou esta noite do desastre e foi uma digna celebração do rock e dos fantasmas que nele gravitam.
Segundo a organização, neste terceiro dia de Rock in Rio - Lisboa estiveram 56 mil pessoas no Parque da Bela Vista.