Freida McFadden, autora do popular "thriller" “A criada”, já vendeu mais de 400 mil exemplares em Portugal.
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Há três anos que as tabelas de vendas têm uma residente em modo quase permanente, na maior parte das vezes com vários livros nos primeiros lugares: Freida McFadden, autora de “A criada”, o livro mais vendido em Portugal em 2023 e 2024.
Se este é, de longe, o seu romance mais popular (com vendas superiores a 100 mil exemplares), está longe de ser o único. Segundo a Alma dos Livros, editora que tem publicado a obra da autora em Portugal, os 12 títulos disponíveis já venderam mais de 400 mil exemplares, metade dos quais relativos à saga “A criada“ (três volumes).
A cifra deverá continuar a aumentar vertiginosamente nos próximos tempos, porque o ritmo de publicação é também ele invulgar. No início do mês chegou às livrarias “A mulher no andar de cima” e para junho já se perfila a publicação de “A inquilina”. Estes números fazem de Portugal um dos mercados onde a venda dos seus livros atinge uma expressão mais elevada.
Para encontrar as razões de tamanho fenómeno, há que somar vários fatores. O estilo de escrita muito direto, com um enfoque claro na história em detrimento do desenvolvimento profundo das personagens, e o suspense psicológico são duas das mais fortes apostas da autora. Igualmente decisivas para atrair tanto um público adolescente como sénior são as reviravoltas constantes na história, sobretudo no final.
A estes ingredientes há que juntar um outro, porventura ainda mais decisivo: o uso tremendamente eficaz das redes sociais. No BookTok e no Bookstagram, contam-se aos milhares as experiências de leitura e as partilhas que ajudam a difundir os livros, amplificando o boca a boca digital a uma escala global.
Salto para a fama
Mas quem é, afinal, Freida McFadden, pseudónimo literário atrás do qual se resguarda a romancista? Muito ciosa quanto à sua vida privada, a tal ponto que nas suas poucas fotografias disponíveis aparece sempre com uma peruca, esta nova-iorquina nascida há 44 anos vive atualmente em Boston na companhia do marido, dos seus dois filhos (de 14 e de oito anos) e da sua gata, Ivy.
Médica especializada em lesões no cérebro, o que transparece em vários dos seus romances, publicou pela primeira vez em 2013 num regime de edição de autor, depois de ver os seus originais serem recusados por várias editoras. Fortemente autobiográfico, “O diabo veste uniforme”, o seu primeiro livro, foi escrito para se entreter à noite, e conta a história de uma médica interna sobrecarregada de trabalho que é alvo de constantes humilhações por parte do seu superior hierárquico.
“Pensei que seria o princípio e o fim da minha história como autora”, disse numa entrevista ao “The New York Times”, uma das últimas que concedeu.
O relativo anonimato em torno dos seus livros prosseguiu nos anos seguintes, até que, em 2022, inesperadamente, “A criada” escalou as tabelas, permanecendo 83 semanas na lista dos mais vendidos da Amazon e 60 na do “New York Times”. Um mistério tão insondável que até parece saído de um dos romances que a própria autora escreve.
Adaptação de “A criada” chega aos cinemas no final deste ano
“A criada”, o romance que catapultou a nova-iorquina para o estrelato literário, vai chegar ao grande ecrã ainda este ano, numa produção da Lionsgate que reúne um elenco com Sydney Sweeney no papel da protagonista Millie e ainda Brandon Sklenar e Amanda Seyfried na representação do casal que esconde vários segredos. Freida McFadden não se limitou a vender os direitos autorais do seu livro, uma vez que fez questão de acompanhar de perto as rodagens, certificando-se de que a adaptação é o mais fiel possível do original. A escritora partilha o argumento com a experiente Rebecca Sonnenshine, conhecida por filmes como “Diários de um vampiro”, “The boys” e “Arquivo 81”. A estreia mundial da película está apontada para 25 de dezembro.