“PUPA”, primeiro álbum da jovem artista, une as influências de Portugal, Angola e Reino Unido.
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Com raízes angolanas e portuguesas, Carla Prata nasceu no Reino Unido. Falar da artista já era falar de uma mistura de influências, mas o álbum de estreia, "PUPA", veio desafiar qualquer conceção que tenhamos criado previamente. A verdade é que Carla Prata alcança neste novo trabalho, composto por dez faixas, uma confluência de géneros construída com surpreendente mestria.
Há novas promessas artísticas que, com o tempo, vão ficando votadas ao esquecimento (ou à desilusão). A completar 25 anos, Carla Prata passa agora para a merecida categoria de artista. Já não é uma promessa, é uma artista completa. E "PUPA" é a prova disso mesmo.
O longo-formato de estreia está recheado de afrobeats, a grande surpresa face a anteriores trabalhos da artista. A influência angolana juntou-se ao R&B e às sonoridades dançáveis, com grande ligação à cultura britânica onde Prata se insere, às quais já estávamos acostumados.
A quota-parte portuguesa encontra-se, sobretudo, em "Regresso", com videoclipe gravado em Lisboa, em que a voz de Carla Prata nos dá lamirés de fado. A acompanha-la está Paulo Flores, músico angolano que se mudou para Portugal ainda em criança.
O álbum de estreia, que se veio a provar uma obra de qualidade, começou, à partida, muito bem acompanhado. O produtor Sammy SoSo, que trabalha "Family Ties" e "Farewell", é vencedor de um Grammy. O restante álbum traz-nos uma miríade de outros produtores (como o português Lazuli) e artistas convidados que, apesar da diversidade, não comprometem um sentido de conexão e coerência do trabalho como um todo.
Esta é a nova Carla Prata e não podíamos estar mais rendidos - e entusiasmados para perceber o que a luso-angolana nos trará daqui para a frente. Para já, a artista não tem concertos marcados para Portugal nos próximos meses.