Primeiro de 12 concertos dos D'ZRT acontece hoje na Altice Arena, em Lisboa. Banda do início do milénio regressa mais de dez anos após o fim da carreira.
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Quem viveu a infância ou a pré-adolescência no início da década de 2000 que se sente para não cair: já lá vão quase 20 anos desde que o nome D'ZRT entrou pelas suas casas pela força da televisão. Corria o ano de 2004 e a banda surgia pela mão da série juvenil "Morangos com açúcar", emitida pela TVI e que vai regressar este ano. Angélico Vieira, Cifrão, Edmundo Vieira e Paulo Vintém eram David, Zé Milho, Ruca e Topê dentro do ecrã: quatro jovens estudantes e com talento para a música, que viriam a fazer da banda com nome de sobremesa ("dessert", em inglês) a mais icónica boysband portuguesa da década.
Com cinco álbuns, mais de 500 mil cópias vendidas e pelo menos 24 platinas, os D"ZRT - a sigla vai buscar a primeira letra do nome de cada personagem da novela - eternizaram temas que marcaram uma geração. "Para mim tanto me faz", single de estreia da banda, que era uma cover da música "Teenage superstar" de uma cantora neerlandesa, tornou-se num êxito e levou o álbum lançado em 2005 a ser o mais vendido do ano em Portugal.
Depois vieram originais como "Verão azul" - com o memorável rap introdutório que os fãs sabem de trás para a frente e para o qual o título remete -, "Caminho a seguir", "Feeling" e "Querer voltar", que foram sucessos em catadupa. Veio a fama, vieram as capas na revista "Bravo", a coleção de pins de casacos, as centenas de concertos lotados pelo país, desde recintos de terra batida a prestigiadas salas de espetáculo.
Até que veio o fim, em 2010, concretizado num último concerto, no Rock in Rio Lisboa. E um outro fim, no ano seguinte, quando um acidente de carro roubou a vida a Angélico, aos 28 anos, abalando a legião de fãs e o mundo da televisão e da música, onde o jovem dava os primeiros passos a solo.
Não é segredo que essa perda inesperada e prematura pesou na hora de o restante grupo hesitar em avançar para um regresso sem a formação original.
Mas o momento certo acabou por chegar e a decisão de voltar - que algumas publicações nas contas de Instagram dos artistas já faziam adivinhar - acabou por ser publicamente anunciada em junho. Foi marcado um primeiro concerto (o de hoje, na Altice Arena), que esgotou em poucas horas, e seguiram-se mais 11.
Versões originais
"O projeto "Encore" foi uma forma de crescerem, experimentarem novas versões, adicionarem novos artistas, novas formas de olhar para as músicas deles. Mas o espetáculo é, sem dúvida, D"ZRT. Não vamos ter novas versões", assegurou ao JN André Franco, que está na produção da digressão e acompanha a banda há vários meses.
Embora o grupo tenha lançado várias colaborações com músicos (as Encore Sessions), que deram uma roupagem fresca aos clássicos, são as sonoridades originais que esperam os fãs.
A ideia é celebrar de tal modo os D"ZRT de há 20 anos que até a banda e a equipa que acompanham Cifrão, Vintém e Edmundo são, dentro do possível, as mesmas, incluindo o próprio road manager
"Eles estão com uma energia incrível. Cada vez que tocam, vão crescendo. Há um crescimento em sentimento", conta André Franco, admitindo que há, naturalmente, uma "energia diferente", "ansiedade" por voltarem a atuar juntos e, claro, saudade.
Datas
Sete concertos esgotados
De hoje e até 19 de agosto, a Encore Tour passará por Lisboa, Porto, Guimarães, Alentejo, Madeira e Algarve. Das 12 datas marcadas, sete já esgotaram, havendo ainda lugares para os concertos de 2 de maio (Altice Arena), 21 de maio (Super Bock Arena), 27 de maio (Coliseu de Elvas), 3 de junho (Parque de Santa Catarina, Funchal) e 19 de agosto (Estádio do Algarve). Os preços dos bilhetes variam entre 25 e 120 euros, com os mais caros ("silver" e "golden") a darem direito a entrada antecipada nos concertos, acesso ao backstage e sessão de perguntas à banda. O concerto de hoje está marcado para as 21 horas.