O artista chinês expõe na Galeria São Roque too, em Lisboa, até ao próximo dia 31 de julho.
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Recordo-me da primeira vez que vi, ao vivo, uma obra do artista chinês Ai Weiwei (n.1957) que conhecia pelo seu percurso dissidente, denunciador do regime opressor chinês e por uma produção artística marcadamente política e fortemente comprometida com um ativismo e com o poder da arte para despertar consciências e incitar à ação transformadora do mundo.
O “nosso” primeiro encontro dá-se, então, no Museu de Arte Contemporânea Helga de Alvear, em Cáceres (Espanha), atualmente dirigido pela portuguesa Sandra Guimarães, através de Descending Light (2007), uma obra monumental, que, então, se expunha na primeira sala do museu e que o artista reflete algumas tendências da sua linguagem. Esta importante coleção integra, também, obras como Colored Vases (2008) em que o artista escolhe a cerâmica como material primordial, numa evidente referência à tradição chinesa, mas com a revisitação neopop que lhe identificamos e a narrativa de intervenção que é transversal a toda a sua produção. Não foi, portanto, com espanto que descobri na Galeria São Roque too, em Lisboa, na exposição Paradigm, com curadoria de Rute Ventura, este regresso do artista à cerâmica, ou não fosse também este um dos pontos de encontro entre Portugal e a China.