Enólogo de Syrah do Alto Alentejo propõe duas leituras para a riqueza alentejana
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O Alentejo é uma província muito extensa e diversa onde encontramos vinhos com expressões bastante diferentes. Os vinhos e respetivos produtores que apresento são uma das possíveis leituras dessa riqueza em diferentes vertentes.
O Monte da Penha, situado na região de Portalegre, Alto Alentejo, é propriedade da família Fino, produtora de vinho há várias gerações e que muito contribuiu para a notoriedade dos vinhos Alentejanos.
Com um largo número de referências de vinhos, utilizando as castas típicas da região, e de caráter tradicional, escolhi o Monte da Penha Branco 2015, vinho que encerra o caráter genuíno e único destes vinhos. Elaborado a partir das castas Arinto, Roupeiro, Fernão Pires e Trincadeira das Pratas, com 12,5% de álcool, é um vinho elegante, fresco, com fortes notas minerais, excelente companheiro para pratos de peixe, mariscos ou saladas.
Dona Dorinda Organic Wines é um recente produtor de vinho, situado em Évora, numa quinta setecentista, onde a produção biológica e as práticas biodinâmicas marcam o ritmo e o caráter de todos os produtos. O casal Dorinda e Mark comprou a quinta no ano 2000, iniciando um extraordinário projeto de recuperação que incluiu a plantação de uma vinha com as castas Syrah e Viognier, numa encosta de excecional exposição.
Seguindo os princípios da agricultura biodinâmica, produzem duas referências de vinho tinto, Dona Dorinda Reserva e Dona Dorinda Grande Reserva, aos quais recentemente se juntou o Dona Dorinda Branco. Victor Conceição conduz este projeto com uma dedicação e paixão contagiantes. Escolhi o Dona Dorinda Tinto Reserva 2015, por ser um vinho com notável caráter, apresentado a casta Syrah numa expressão marcante de elegância e frescura. Um vinho robusto a seguir com atenção.
Monte da Penha
Portalegre, Alentejo
Branco, 2015
Dona Dorinda
Évora, Alentejo
Tinto Reserva 2015
Todos os domingos, na edição impressa do JN, damos-lhe sugestões de vinho.