Artistas Leonel Moura, Refik Anadol e Sandra Baía trabalham, em diferentes níveis, com as novas tecnologias.
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O primeiro e-mail do dia dá-me conta de uma conferência no próximo dia 22 de novembro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, com o artista português Leonel Moura (n.1948), intitulada “O grande artista do futuro não será humano” e que promete refletir sobre as relações entre a Inteligência Artificial e a Arte. Leonel Moura tem vindo a trabalhar com robótica na produção das suas obras, bastando que nos recordemos da famosa instalação “Bebot”, que esteve em exposição no Grand Palais, em Paris, em 2018.
Recorrendo à etimologia da palavra arte, ars ou artis, na sua forma latina, parte da raiz grega em téchne, remetendo-nos para uma habilidade técnica adquirida, que se opõe às faculdades concedidas pela natureza e a uma espécie de conhecimento rigoroso da realidade, pretendido pela ciência ou scentia. Recorro à minha biblioteca pessoal e percebo que reúno quase duas dezenas de títulos em que, diferentes autores, que vão de Hegel (1770-1831) a Arthur Danto (1924-2013), passando por Abel Salazar (1889-1946) propõe abordagens teorias, sobre que é Arte e não encontro os consensos da etimologia, sabendo que as teorias atravessam o tempo e o espaço, ou seja, a História e que hoje, a produção artística depende de uma sistema de validação em que ao artistas são apreciados muito para além das suas competências técnicas, mas como construtores de pensamento e como intelectuais, ou seja, atores políticos do nosso tempo.