Já se sabia que o 40.º álbum das aventuras de "Astérix, o gaulês" chegaria às livrarias em Outubro de 2023 - a data exata é dia 26 -, mas poucos esperariam que a dupla que sucedeu a Uderzo, formada pelo argumentista Jean-Luc Ferry e o desenhador Didier Conrad, responsável pelos últimos cinco livros, fosse desfeita.
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Oficialmente, Ferry pediu para fazer uma pausa para se dedicar à sua criação pessoal "De Gaulle", pois "já há algum tempo que estava um álbum dele em banho-maria, que se passa nos anos 40, em Londres", revelou a editora. No entanto, as críticas que suscitou "Astérix e o grifo", o álbum anterior, datada de 2021, também poderão ter contribuído para este desfecho. Afirmando saber que "Fabcaro preparou uma belíssima aventura, cheia de humor e de reviravoltas", Ferry não fecha a porta a um regresso, ao dizer que tem " ótimas ideias para as próximas aventuras".
Nascido em 1973, em Montpellier, França, Fabcaro, pseudónimo de Fabrice Caro, romancista e autor de BD " há cerca de vinte anos", viu o seu livro "Le Discours" (2018) adaptado ao cinema por Laurent Tirard, em 2020. Na área da BD, conta com títulos premiados como "Zaï zaï zaï zaï" (2015) ou "Moins qu"hier (plus que demain)" (2018). Afirma a BD como "uma paixão da infância" e ter crescido "com Astérix" que descobriu em "O Grande Fosso": "Foi tiro e queda: continuei imediatamente com "O Combate dos Chefes", "A Zaragata"..." E vai mais longe: "aprendi a ler com René Goscinny e a desenhar com Albert Uderzo". A "estreita colaboração com o diretor-geral das Éditions Albert René" serviu para "assegurar que o espírito e a linguagem da série fossem bem respeitados."
Conrad reafirma o seu prazer em ter trabalhado com Ferry, mas garante que "trabalhar com Fabcaro é igualmente formidável! Ambos têm uma imaginação transbordante e é um prazer imenso dar forma às suas histórias - e a próxima reserva belíssimas surpresas!"
Do novo álbum ainda nada se sabe, mas previsivelmente, decorrerá na aldeia gaulesa, como sempre sucede após uma viagem ao "estrangeiro" e "Astérix e o grifo" decorreu numa zona entre a Rússia, a Mongólia e o Cazaquistão. Como tem acontecido com as últimas edições, foi divulgada uma página anúncio, que não fará parte do álbum, que reforça a ideia de uma aventura caseira. Nela, alguns dos habitantes da aldeia condenam implicitamente Obélix pela sua glutonaria e falta de exercício mas, como ensina o passado recente, nada garante que seja esta a temática que vai imperar no livro.
No entanto, as novidades de Astérix para 2023 não se ficarão por aqui. A 6 de abril, estreia em Portugal o filme "live action" "O Império do Meio", dirigido por Guillaume Canet, com um orçamento de mais de 65 milhões de euros, e dias depois, a 11 do mesmo mês, chegará às livrarias o álbum ilustrado com o mesmo título, com ilustrações de página inteira assinadas por Fabrice Tarrin, que também já desenhou "Astérix e o Segredo da Poção Mágica" (2019).
Por outro lado, as aventuras a solo de Ideiafix, o cão de Obélix, têm feito grande sucesso. A série animada já foi vista por mais de 12 milhões em França, passando igualmente noutros países, entre os quais Portugal (RTP 2). A segunda temporada está já em produção e deverá chegar aos espectadores franceses em finais de 2023.
Os álbuns que adaptam para BD as aventuras de Ideiafix e os Irredutíveis, desenhados por Philippe Fenech e Jean Bastide, já ultrapassaram o meio milhão de exemplares vendidos em todo o mundo. Depois de "Neste bairro, latino não entra", as Edições ASA já garantiram a edição dos seguintes, "Os romanos levam uma abada!" e Em Lutécia não há parança", em março e julho do próximo ano.
Para o ano seguinte, 2024, a ASA prevê a edição de mais dois álbuns, sendo que o quinto da série incluirá uma história longa, criada de raiz para a edição em livro, na qual Ideiafix irá encontrar pela primeira vez um famoso druida...