Autarca festivaleiro diz que Vilar de Mouros vive uma das melhores edições de sempre
O presidente da Junta de Vilar de Mouros, Carlos Alves, de 70 anos, natural daquela freguesia de Caminha, assistiu a todas as edições do festival e considera que a que está a decorrer até este sábado, pode ser uma da melhores de sempre.
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Carlos Alves afirma que, apesar de ter chegado a temer pela sua sobrevivência, o festival "afinal ainda está vivo e estará".
"Tive receios em determinado momento que o festival pudesse perder-se, devido a problemas que foram surgindo e, sobretudo, por causa da proliferação de festivais que foram acontecendo no país", disse, considerando que "desde que foi possível voltar a um novo relançamento foi possível verificar que afinal Vilar de Mouros continua vivo".
"O festival está de pedra e cal em termos de aceitação da população e os concertos de ontem [quinta-feira] provaram que depois desta pandemia houve mais gente do que nos últimos anos no mesmo dia. Acho que esta pode ser uma das melhores edições de sempre", indicou.
Carlos Alves, presidente de junta de Vilar de Mouros desde 1989, apenas com interregno de um mandato pelo meio, viveu a primeira edição do festival fundado há 51 anos e todas as que [de forma intermitente] se seguiram.
Descreveu a de 1971, quando tinha 18 anos, como "uma coisa imensamente estranha" e uma "festa diferente, com muita gente e muita confusão". E o festival de 1982 como o mais longo e impactante, em que tocaram os U2 e houve nudismo na aldeia. "A população não estava habituada a ver jovens drogados, roubos de espigas de milho e fruta e muito menos a ver nudismo que se praticou nesse ano no rio Coura. O festival durou nove dias", recorda.
A edição mais marcante, foi a de 1996. "Foi um marco histórico na história dos festivais, porque esse ainda foi feito no recinto antigo e foi uma enchente de tal forma grande, uma euforia tão brutal, com as pessoas sedentas do festival, que ainda a edição ia a meio e foi necessário pensar num outro recinto", relatou.
Depois dessa edição, o evento saiu do palco original, mas só regressou em 1999 no recinto atual, que a junta de freguesia batizou com o nome do fundador do festival, o médico António Barge. E que acolhe até hoje o palco principal do evento e emociona Carlos Alves. "Como festivaleiro quando entro no recinto dos concertos e vejo, embora não seja um expert da música, aquele entusiasmo todo, aquela multidão, choro de alegria", conclui.