Covers levam artistas nacionais em digressão pelo Mundo. Hard Club agendou festival com Queen, Coldplay ou Pink Floyd.
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Nos últimos quatro anos, nasceram dezenas de bandas de tributo em Portugal. Imitam os grupos mais famosos do Mundo e em palco encarnam na totalidade o papel dos seus ídolos, que em muitos casos já nem estão no ativo. As bandas de tributo (covers) cantam de forma igual, tocam os mesmos instrumentos, vestem a mesma roupa e até os penteados são reproduzidos. Em Portugal, ainda há poucos eventos dedicados a este tipo de banda, mas um "happening" está prestes a acontecer no Hard Club, no Porto, que tem agendados nove concertos até setembro.
No espetáculo de uma banda de tributo, o objetivo é que o som e a cenografia fiquem o mais perto possível dos da banda original. "Isto não é só música. Nos tributos também há a parte cénica de criarmos o ambiente em que nós nos transformamos nos músicos a quem estamos a prestar tributo", refere Vasco Freitas, dos Stones Alive, banda que reproduz Rolling Stones.
Os Stones Alive são de Lisboa e nasceram em 2018. Só começaram a atuar em 2019, sofreram com o fecho dos espaços de concertos devido à pandemia em 2020 e agora estão a voltar. A 7 de agosto atuam no Hard Club. No ciclo de concertos do espaço portuense há ainda tributos aos Coldplay, Queen, Beatles, Caetano Veloso, Elvis Presley, Pearl Jam e Pink Floyd. "Quem vai ouvir um tributo sabe o que vai ouvir, sabe quais são os temas. E se vai é porque é fã", continua Vasco, reprodução fiel de Keith Richards.
Talvez por isso é que "um bar contrata mais facilmente uma banda de tributo do que uma banda de originais", assegura Hugo Ribeiro, guitarrista dos Hot Silly Peppers, a banda de tributo aos Red Hot Chilli Peppers que nasceu no Porto há dois anos e meio.
Tour mundial de covers
Os Hybrid Theory comprovaram que uma banda que imita pode ir mais além. Eles são uma das quatro bandas de tributo aos Linkin Park que existem em Portugal, e aquela que mais sucesso está a ter. Alguns membros deste grupo formado em 2017, em Lagos, tinham percursos com mais de 20 anos em bandas de originais que nunca resultaram. "Tentámos tudo e mais alguma coisa, a gravar em estúdios bons, masterizado pela mesma pessoa que fez os U2 e o retorno foi zero", recorda Miguel Martins, guitarrista dos Hybrid Theory.
Agora, esta é a banda de tributo com mais seguidores em Portugal, quase 30 mil no Facebook. É também, provavelmente, aquela que representa de forma mais fiel o conjunto original. Nos Hybrid Theory é tudo pensado ao pormenor. Da roupa ao penteado, da marca dos instrumentos aos movimentos de palco, com um repertório de mais de 100 canções dos Linkin Park tocadas na perfeição. "Investimos no equipamento que está por trás. Guitarras, amplificadores, munição, samples, temos exatamente o mesmo equipamento que eles utilizavam ao vivo", desvenda Miguel Martins, que reproduz Brad Delson, com quem partilha até o dia de aniversário.
Embora em Portugal não tenham, para já, qualquer concerto agendado, os Hybrid Theory começam a ser um caso sério na música internacional. Já fizeram uma digressão pela Austrália e já têm digressões agendadas para a Rússia, Canadá, Estados Unidos, Austrália novamente, Nova Zelândia, França e Áustria, até 2022. Enquanto a banda original não define se regressa após a morte do vocalista principal, Chester Bennington (cujo quarto aniversário da morte foi ontem), os Hybrid Theory são a forma mais próxima de ver os Linkin Park ao vivo.
TRIBUTOS HARD CLUB
A Kind of Queen
Banda original: Queen
Datas: 29 de julho e 26 de agosto
The Bitols
Banda original: The Beatles
Datas: 30 de julho e 20 de agosto
Pink Floyd Club Band
Banda original: Pink Floyd
Data: 14 de agosto
Coldplay
Banda original: Coldplay
Data: 3 de setembro