“Canção contemporânea” mostra as obras reunidas por Mário Teixeira da Silva
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Cinco décadas da atividade de Mário Teixeira da Silva (1947-2023) enquanto coleccionador de arte estão refletidas no espaço surpreendente da ala Álvaro Siza no Museu de Serralves. Com predomínio da fotografia, de diferentes épocas, técnicas e estilos, a mostra inclui também pintura, desenho, trabalhos gráficos e instalações. São mais de 200 obras de 116 artistas portugueses e internacionais, num périplo que se inicia com as esculturas em madeira de “Chantier II [Estaleiro II]”, do belga Wim Delvoye, e desemboca na exposição de arquitetura “Sanaa: Sejima + Nishizawa”.
Fundador da galeria Módulo – Centro Difusor de Arte, no Porto, em pleno PREC, maio de 1975, Teixeira da Silva seria também um dos alicerces do CAC – Centro de Arte Contemporânea, que se instalou, entre 1976 e 1980, no Museu Soares dos Reis e foi o embrião da Fundação de Serralves e do seu Museu de Arte Contemporânea. Divulgou no estrangeiro artistas portugueses como Helena Almeida e trouxe ao país as boas novas da arte internacional. Acreditava que as obras deveriam “promover a reflexão e investigação por parte do usufruidor”, apontando à “construção de uma visão abrangente sobre a arte e os seus criadores”, lê-se no texto de apresentação.
De pinturas de Aurélia de Souza e António Carneiro do início do século XX a obras recentes de Nuno Gil, Ana Mata ou Tiago Baptista, “Canção contemporânea” traça uma panorâmica da colecção recentemente depositada em Serralves. Além de nomes portugueses fundamentais, como Paula Rego, Fernando Lanhas, Julião Sarmento, Lourdes Castro, Gérard Castello-Lopes, Rui Chafes ou Ana Jotta, há obras de vultos internacionais em diferentes materiais e formatos: David Hockney, Candida Höfer, Nan Goldin, Larry Clark, Bernd & Hilla Becher, William Eggleston ou Wolfgang Tillmans.
Um mosaico de épocas e geografias que dá testemunho de um trabalho de prospeção que se revelou visionário.
“Canção contemporânea”
Museu de Serralves, Porto
Até 1 de junho de 2025