O DJ e produtor Carlos Manaça vai marcar presença em mais uma edição do festival Sound Waves, que se realiza a 8 de julho, na praia de Esmoriz.
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Natural do Barreiro, em Lisboa, Carlos Manaça desde novo que enfrentou um dilema: ou enveredava pela carreira de arquiteto ou seguia a carreira de DJ. O artista considera que foi uma decisão difícil, mas "37 anos depois" afirma que "foi uma boa decisão" ter optado pelo mundo da música.
A sua carreira inicia-se na discoteca "Os franceses" no final da década de 80, altura em que a profissão de DJ "era vista de uma forma totalmente diferente de como é vista hoje", reitera o artista que se sentia mais " atraído pela novidade que era a música eletrónica do que pelo rock, que na altura dominava as rádios e as discotecas".
Carlos Manaça assume que "as vertentes da eletrónica da altura, a europeia e a que vinha da América foram fundamentais" na vontade de "querer ser DJ e mais tarde produtor".
Victor Santos, Luís "Brown" e o Rui Saúde foram as suas "primeiras influências como DJ", tendo o seu vizinho, Rui, um papel importante pois permitiu que o DJ aprendesse "a misturar no seu equipamento - dois pratos de correia e uma mesa de mistura -, o que foi fundamental para aprender as bases do que é ser DJ".
Com o objetivo de "fazer as pessoas dançar, criar momentos" através da música, o artista assume que ainda tem "objetivos por concretizar", como " tentar fazer cada vez mais datas fora de Portugal", mostrando-se ciente das dificuldades quando não se está "ligado a uma boa agência internacional", ao mesmo tempo que ambiciona que em "breve essa ligação aconteça".
No que diz respeito à música eletrónica em Portugal, o artista garante que "é um reflexo do que está a acontecer um pouco por todo o mundo". Com a massificação da "dance music" nas suas várias vertentes, ao ponto de "começar a ser vista como um produto pop, de massas, que atrai milhares de pessoas, e onde o DJ passou a ter um papel fundamental".
"Cartaz muito bom"
Com o passar dos anos, a vertente musical techno sofreu algumas alterações. Segundo Carlos Manaça, o techno "sempre foi um conceito inovador e rompedor com os conceitos tradicionais de fazer música eletrónica". Se no final da década de 80 as evoluções tecnológicas foram importantes para o desenvolvimento e para a afirmação do techno, em Portugal e no Mundo, atualmente, passados cerca de 30 anos, os avanços tecnológicos, nomeadamente a Inteligência Artificial, vieram "alterar completamente a maneira de fazer música, seja ela techno ou não", uma vez que, na opinião do músico, "já há vários websites que permitem criar músicas completas através de I.A. bastando dar algumas indicações básicas" do que se pretende obter. Carlos Manaça reitera que "provavelmente em algum momento alguns limites vão ter que ser criados", caso contrário "os principais artistas vão começar a ouvir as suas vozes em temas que nunca cantaram".
Desde a primeira edição do festival Sound Waves, que o artista natural do Barreiro, que não falha uma chamada. O evento deste ano não é exceção e o DJ e produtor português volta a marcar presença, assumindo que "as expectativas são sempre grandes para o Sound Waves", fazendo deste um dos festivais em que mais gosta de atuar.
Segundo Carlos Manaça "o cartaz deste ano é muito bom" aconselhando o público a vir "cedo porque vai começar à tarde com grandes artistas, em formato sunset". Do "line-up" da edição deste ano a artista com quem se identifica " musicalmente é a Miss Sheila". Na edição do ano passado atuaram juntos " e foi fantástico", atira o DJ português, afirmando ainda que "sintonia musical é muito grande e isso transmite-se ao público".
A 16.ª edição do festival promete 21 horas seguidas com um cartaz repleto de grandes nomes do género. Para além de Carlos Manaça e MIss Sheila, Indira Paganotto, Fatima Hajji, Lilly Palmer, 999999999, Charlie Sparks, Nico Moreno, Cristobal Pesce e Basswell são alguns dos outros cabeças de cartaz que fazem parte do programa deste ano.
O festival realiza-se no dia 8 de julho na praia de Esmoriz e os bilhetes estão disponíveis nos locais habituais. Neste momento o bilhete normal (4ª fase), tem um custo de 50 euros, os VIPs têm um custo a partir dos 75 euros e os Super VIP estão disponíveis a partir de 850 euros