Começa hoje aquela que é, na verdade, a busca pelo sucessor de Salvador Sobral. Um ano após a vitória do cantor no Festival da Canção, são 26 os concorrentes que almejam ganhar o certame nacional em 2018 e, uma vez alcançado o lugar cimeiro, representar Portugal no concurso europeu. Uma edição que se realiza em maio e que terá um gosto especial, ou não fosse a primeira organizada no nosso país.
Corpo do artigo
A RTP conhece bem o impacto da primeira semifinal de hoje, agendada para as 21h00, bem como da segunda, no próximo domingo, ambas em Lisboa, e especialmente da final, a 4 de março, em Guimarães, altura em que o vencedor será eleito. "É o maior evento televisivo de entretenimento produzido até hoje em Portugal", refere fonte oficial da produção ao JN, explicando que, desta vez, e sendo o Festival da Canção um "primeiro passo" para uma Eurovisão pioneira em território nacional, têm existido preocupações extraordinárias na preparação. "Uma das maiores foi adequar o modelo de produção e de realização. Torná-lo o mais harmonioso possível com o modelo do Eurofestival".
"A equipa que está neste Festival nacional transita para o Eurofestival", explica a RTP. Além disso, "novas ferramentas tecnológicas" utilizadas na Eurovisão "serão ensaiadas e testadas" no concurso que estreia hoje. O objetivo é o mesmo: criar desde já "um ambiente de trabalho o mais próximo possível" daquele que se viverá em maio.
José Cid afastou sobrinho
Alguns dos 13 temas a concurso, hoje, são compostos por nomes fortes da música portuguesa, como José Cid, Fernando Tordo, JP Simões e Jorge Palma. Enquanto Tordo entregou a canção a Anabela e Palma a Rui David, JP Simões interpreta-se a si mesmo. O mesmo acontece com José Cid, um dos veteranos do certame.
O autor de sucessos como "Um grande, grande amor" ou "Minha música" deveria subir ao palco com o sobrinho, Gonçalo Tavares, que afastou há cerca de uma semana. "Houve pouca abertura por parte dele para dialogar sobre o que podíamos fazer com a música. A decisão de nos separarmos foi minha. Foi apenas uma decisão estática", revelou Cid. "O Gonçalo é um cantor e não se conseguiu adaptar à minha ideia estética e vocal".
A votação será repartida. Finalistas e, posteriormente, vencedor serão eleitos por decisão do público (50%) e do júri (50%). Já em caso de empate, o mesmo será desfeito pelos jurados nas duas semifinais e pelo público na final.
1200 quilómetros de fibra ótica
1200 quilómetros de fibra ótica ligam as cidades de Lisboa e Guimarães para a grande operação do Festival RTP da Canção. Haverá uma rede de Internet dedicada apenas ao certame musical, através da qual se fará o transporte dos sinais de televisão e rádio para os vários canais do universo do operador público.
13 temas na 1ª semifinal
Hoje competem 13 temas dos 26 a concurso. São eles os de José Cid (interpretado pelo próprio), Diogo Clemente (Peu Madureira), Fernando Tordo (Anabela), Francisca Cortesão (Joana Barra Vaz), Janeiro (Janeiro), Jorge Palma (Rui David), JP Simões (JP Simões), Júlio Resende (Catarina Miranda), Benjamim (Joana Espadinha), Mallu Magalhães (Beatriz Pessoa), Nuno Rafael (Bruno Vasconcelos), Paulo Praça (Maria Amaral) e Rita Dias (Rita Dias).
Estúdio de 800 m2
O Estúdio 1 na RTP onde decorrem as meias-finais tem 800 m2. O Pavilhão Multiusos de Guimarães tem mais de 3600 m2.
11 câmaras
A emissão na RTP1 e RTP Internacional será feita com 11 câmaras nas semifinais e 17 na final, além da RTP Play e da rádio.
Consumo de energia
O consumo de energia durante a final do festival será suficiente para abastecer uma cidade média portuguesa.
600 robots de iluminação
Na final, o Multiusos terá mais de 600 robots e efeitos de iluminação, 200 m2 de ecrãs de vídeo e 130 motores de suspensão.
Luísa Sobral escolheu fazer parte do júri
É ao lado de Júlio Isidro (presidente do júri), Ana Bacalhau, Ana Markl, António Avelar Pinho, Carlão, Mário Lopes, Sara Tavares e Tozé Brito que Luísa Sobral se estreia como jurada desta competição. "Podia escrever outra vez, escolher alguém para entrar ou ser jurada. Preferi a última. É mais divertido", contou a autora de "Amar pelos dois" ao JN, explicando que não quis voltar a compor porque "não se deve repetir uma coisa que foi mágica". "Perdia o valor", diz.