O maior festival de cultura pop está de volta ao Parque das Nações, em Lisboa: de 8 a 11 de dezembro haverá experiências nas diversas áreas de entretenimento.
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O maior evento de cultura pop do país, o Comic Con, vai ter este ano a maior aposta de sempre na arte do cosplay - uso de fantasias ou acessórios para encarnar uma personagem de um filme, série ou anime. Angélica Pinho, que supervisiona o "Mundo do cosplay" da Comic Con, e que também é uma fanática cosplayer, diz que é esta atividade que "cose" o festival todo: "O cosplay é o que une todas as áreas do Comic Con, é o mais importante. E este ano vamos ter cosplayers da área de gaming, literatura, TV, cinema e banda desenhada, entre outros géneros".
O Comic Con realiza-se este ano entre os dias 8 e 11 de dezembro, no Parque das Nações, em Lisboa, e quer bater todos os recordes de afluência, superando a edição anterior, que registou 140 mil participantes.
O cosplay, a área que está a crescer mais, recebe centenas de adeptos durante a semana anterior e, durante o fim de semana do festival. chega a atrair milhares de cosplayers. Abrangendo todas as gerações, Angélica Pinho relembra as últimas edições, em que viu famílias completas encarnarem as suas personagens favoritas, desde filhos bebés até ao avô de 70 anos. "É uma massa gigante de cor e alegria, em que as pessoas podem conviver e encarnar as suas personagens favoritas", diz.
O objetivo do evento é dar a "experiência mais envolvente possível aos visitantes". É neste espaço que também se criam amizades fortíssimas entre a comunidade. "Ali, as pessoas sentem que podem ser literalmente quem quiserem", diz Angélica Pinho.
Uma programação vasta
A programação do designado "Mundo do cosplay" terá dois concursos nacionais, workshops e painéis com cosplayers convidados.
Os dois concursos vão decorrer no sábado e domingo (dias 10 e 11) e ganham este ano redobrada importância: quem ganhar vai representar Portugal no concurso de cosplay internacional, em fevereiro de 2023, no Mónaco. "Qualquer pessoa pode inscrever-se. Somos uma grande família e queremos que todos se sintam bem-vindos", avisa a organizadora Angélica Pinho.
A produção do Comic Con também incita os participantes a inscreverem-se nos painéis e workshops. Há para todos os gostos, maquilhagem profissional, efeitos especiais, construção de armaduras e artefactos de combate, entre outros. Haverá ainda desfiles de cosplay para crianças e adultos.
Cada vez assiste-se mais à profissionalização do cosplay. Angélica Pinho e Leonardo Lucas já conseguiram criar negócios nesta área, construindo fatos ou armaduras, tanto para colecionadores amadores como para ficções profissionais ou teatro. O Comic Con, percebendo a crescente adesão do público a esta temática, quer apoiar os negócios e fazê-los crescer, criando pontes com marcas e patrocinadores.
Testemunho
O cosplayer que se fez a si mesmo
Leonardo Lucas é um dos cosplayers que não perde um Comic Con. Desde 2015, dedica-se a construir os seus próprios fatos, armaduras e armas, e o investimento já dá rendimentos: hoje tem um negócio na área e ficou conhecido - vai ser um dos jurados dos concursos nacionais do Comic Con. Acompanhando de perto a evolução do cosplay no festival lisboeta, Lucas acredita que agora o interesse está nos concursos internacionais: "É incrível, porque está a mostrar para fora o nível que nós já temos em Portugal". Assume também que, embora todas as edições do Comic Con sejam diferentes, "este ano o festival vai superar os anteriores".