Disparates de Natal, paisagens a 360 graus, os Quatro e Meia (que são seis), transgressões e contravenções numa jam em Guimrães, ruído controlados de Tropa em Serralves, e um filme indiano que todos têm que ver: roteiro cultural para este fim de semana.
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Chama-se "Natal remix" e promete ser “um disparate”: Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares apresentam este sábado, em exclusivo no Batalha Centro de Cinema, no Porto, o seu espetáculo de dobragens ao vivo de vídeos natalícios. Sem limites definidos, a imponderável performance do humorista e do maestro andará em torno da comédia, da história e da nossa televisão. “É uma viagem ao Natal em Portugal, acompanhando a história da TV, em particular entre os anos 1960 e 1990”. diz Ding ao JN. “E nem vale a pena frisar, vai ser um disparate pegado” – como pode ler aqui.
A sessão é às 21.15 horas e inclui a projeção da comédia de suaves exaltações românticas “Bell, book and candle” (1958), de Richard Quine, com Kim Novak e James Stewart. Bilhetes a 5 euros.
360 graus de Porto
Ainda estamos no porto: esta viagem começa em 1865 e acaba em 2024; pelo meio, quase como numa “Stairway to heaven”, há 150 degraus para subir e tudo culmina numa vista radiosa sobre a cidade, lá em cima da esplêndida cúpula semiesférica em que os olhos abrem os braços da Boavista ao Marquês, da Ribeira até à Foz.
É o programa “Porto 360 graus – Pavilhão Rosa Mota”, com visitas guiadas pelo coletivo Porto Secret Spots. Aprende-se a história do edifício original construído em 1865, a sua substituição pelo Pavilhão dos Desportos em 1952, e a sua evolução estética até à atual Super Bock Arena, que é agora a maior sala de espetáculos do Porto.
Com três blocos de horários por dia (8-12h), 12-17h e 17-23h), o mais bonito é o último porque apanha o por do sol a enternecer o mar. Os bilhetes custam 15 euros.
Os seis Quatro e Meia
A Super Bock Arena também tem recheio: esta sexta e sábado, às 21.30 horas, acolhe espetáculos ao vivo do grupo pop português Os Quatro e Meia, que é um sexteto. A sala esférica está virtualmente esgotada, mas os fãs distraídos podem sempre ter esperança nos que desistem e cedem bilhetes à última da hora.
Natal a chocalhar
Em Guimarães, esta sexta-feira, às 23 horas, há transgressão de normas e contradições gourmet no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitetura. É um “live act” de Let The Jam Roll, projeto musical de Guimarães criado em 2004 por um quinteto de amigos após uma jam session na associação Círculo de Arte e Recreio. Promete-se, além de alteridades rítmicas e contravenções de velocidade, muita improvisação.
O “ruído controlado” de Tropa
É uma das exposições do ano e está no Museu de Serralves, no Porto: “ⒶMO-TE”, de Francisco Tropa. Abarcando 30 anos de criação, sem querer ser uma retrospetiva, é uma coisa colossal, com escultura, desenho, performance, gravura, fotografia e filmes.
Esta "máquina potenciadora de ecos, reenvios, ressonâncias, reverberações" e, ainda, “ruído controlado”, tem um objetivo: “Fazer com que reste ao visitante simplesmente ver”.
Se não for hoje ou amanhã ou depois, ainda tem tempo: “ⒶMO-TE" permanece em Serralves até maio de 2025. Entretanto, pode instruir-se aqui.
Amor e luz em Mumbai
"Tudo o que imaginamos como luz", da jovem indiana Payal Kapadia, é um dos filmes do ano – dizem os críticos, incluindo o nosso – e entrou agora mesmo nas salas. Aqui tem a crítica ao filme e aqui a longa conversa com a cineasta indiana que toda a gente quer conhecer.