A notícia da morte de Michael Jackson por paragem cardíaca na véspera do seu regresso aos palcos surpreendeu o mundo inteiro, nomeadamente ao nível das celebridades e dos dirigentes mundiais.
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"É tão triste e um choque", disse Paul McCartney. "Sinto-me privilegiado por ter passado tempo com ele e por ter trabalhado com o Michael", disse. "Foi um rapaz muito talentoso e um homem com uma alma gentil. A sua música será lembrada para sempre", acrescentou o ex-Beatle.
"Não consigo parar de chorar... sempre admirei Michael Jackson", escreveu Madonna num comunicado. "O mundo perdeu um dos muito grandes, mas a sua música viverá para sempre".
"Tinha um talento genial e revolucionou a indústria do entretenimento", disse Liza Minneli, questionada pela AFP à entrada do hotel, em paris. Dizendo estar "absolutamente devastada", a cantora considerou que Michael Jackson, com quem chegou a cantar, era "um homem maravilhoso" e "um dos melhores amigos" que já teve.
A actriz Elizabeth Taylor, 77 anos, amiga de longa data de Michael Jackson, afirmou estar "muito perturbada" para divulgar uma declaração, segundo a sua porta-voz.
Lisa Marie Presley, que esteve casada com Jackson entre 1994 e 1996, disse estar "muito triste e confusa" com a morte do Rei da Pop. "É uma perda tão grande e em tantos sentidos que não tenho palavras", afirmou. "Tenho o coração despedaçado por causa dos seus filhos, que sei que eram tudo para ele, e da família", acrescentou.
"Fiquei totalmente devastado com a notícia", disse o produtor e músico Quincy Jones, que supervisionou o álbum "Off the Wall" do cantor em 1979. A sua música "é tocada em todos os cantos do planeta porque ele tinha tudo - talento, graça e profissionalismo", acrescentou.
O actor Jamie Fox, que soube da notícia quando estava a ser entrevistado pela cadeia de televisão NBC, disse esperar que se recorde dele como "um músico brilhante" e não pelo "número de circo" que se tornara a sua vida.
"O mundo perdeu hoje uma das figuras mais influentes e emblemáticas da indústria da música", sublinhou, por seu lado, Arnold Schwarzenegger, governador da Califórnia.
Também na Casa Branca foi feito um minuto de silêncio em homenagem ao cantor.
O Governo do Japão manifestou igualmente pesar pela morte de Michael Jackson, que tinha uma legião de admiradores no arquipélago. "Estou triste, segui-o desde a sua estreia nos Jackson Five", declarou o ministro do Interior e da Comunicação, Tsutomu Soto, numa conferência de imprensa.
O seu colega da Defesa, Yasukazu Hamada, prestou também homenagem ao autor de "numerosas canções populares e emblema de uma geração"
Em Caracas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, considerou "lamentável" a notícia da morte de Michael Jakson, mas criticou os órgãos de informação por lhe darem demasiada importância.
"Perdemos um herói do mundo", afirmou o antigo presidente sul-coreano Kim Dae-jung, que se encontrara com o cantor.
No Brasil, o cantor e antigo ministro da Cultura Gilberto Gil manifestou também o seu pesar. "Entristece-me muito ver um tão grande e incrível talento deixar-nos tão cedo - um talento que nos deu a todos alguns momentos maravilhosos", disse à Folha Online. "Vou ter saudades do Rei da Pop", acrescentou Gilberto Gil.
Em Portugal começam também a surgir reacções à súbita morte de Michael Jackson. De David Fonseca a Buraka Som Sistema, todos lamentam a perda de um grande artista.
Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés, considera que o cartor norte-americano foi sem dúvida a pessoa mais inovadora dentro da música pop e um dançarino exímio. "Era um inovador, uma pessoa que sonhava muito alto", considerou.
"Toda a gente conhece Michael Jackson e ele representou a globalização total da música negra", sublinhou João Barbosa, citando ainda o exemplo de Bob Marley. "Ele conseguiu ser ouvido por muita gente e influenciou muitos artistas", referiu o músico dos Buraka Som Sistema.
Também David Fonseca recordou, no seu blogue, que "Thriller" foi o primeiro disco que teve e, "tal como os milhões de fãs nos anos 80, imitava os seus passos de dança" da melhor forma que conseguia. "Voltei a ouvir o disco recentemente e não envelheceu um único acorde, permanecendo genial e resistente à desfiguração do seu criador, cada vez mais estranho e desligado do mundo real", escreveu David Fonseca.
O criador do clube de fãs de Michael Jackson em Portugal, Delfim Miranda, disse à Agência Lusa estar "tão consternado" como se lhe tivesse morrido um familiar "muito próximo". "Sou fã de Michael Jackson desde muito cedo, tanto ao nível da música como da pessoa", disse, sublinhando estar a reunir elementos do grupo de fãs do cantor para, juntos, promoverem uma homenagem simbólica ao cantor ainda esta sexta-feira, que deverá acontecer no Jardim Zoológico de Lisboa.
João Gobern, jornalista e crítico de música elegeu os discos "Off The Wall", "Thriller" e "BAD" como momento alto da carreira do músico. "O que se perde na actualidade é sobretudo um símbolo, independentemente da possibilidade de ele dar a volta à carreira que estava estagnada. Nos últimos anos viveu à sombra daquilo que fez no final dos anos 70 e início dos 80", disse à Agência Lusa João Gobern.
Michael Jackson morreu quinta-feira, aos 50 anos, após ter dado entrada nas urgências de um hospital de Los Angeles, na Califórnia, em paragem cardíaca.