Cineasta norte-americana terá retrospetiva de curtas-metragens e exposição na Galeria Solar, em julho. Festival vai ter dois cine-concertos: Bohren and the Club of Gore e Miaux.
Corpo do artigo
A norte-americana Deborah Stratman é uma das autoras em foco na 31.ª edição do Curtas de Vila do Conde, e 8 a 16 de julho, revelou o festival internacional de cinema, que dedica à cineasta uma retrospetiva das suas curtas e uma exposição - a artista de 56 anos mostra uma série de obras na Galeria de Arte Cinemática Solar - num conjunto apresentado pela primeira vez em Portugal.
Em foco estará um corpo de trabalho que "escapa a rótulos fáceis", do cinema à fotografia, escultura e desenho, com passagens por festivais como Sundance e Roterdão e por museus como o Centro Pompidou, em Paris, e o Museum of Modern Art, em Nova Iorque.
Nascida em 1967, Stratman vive em Chicago, onde é professora na Universidade do Illinois, e apresentou já nove curtas em Vila do Conde, desde 2002 - em 2003 venceu a competição internacional com "In order not to be here".
"O seu trabalho aponta os relacionamentos entre os ambientes físicos e as lutas de poder e de controlo que os humanos operam no território", diz a organização do Curtas. "Mais recentemente, Stratman tem-se focado também em narrativas históricas sobre a fé, a liberdade, o expansionismo e o paranormal".
Dentro do programa "In Focus",serão exibidos, ao todo, 12 filmes, entre o documentário e o experimental, divididos em três programas, o primeiro junta "Optimism" (2018) a "From Hetty To Nancy" (1997). O segundo junta vários trabalhos curtos, entre os três e os 14 minutos, enquanto o terceiro combina "It will die out in the mind", de 2006, com "The Illinois parables", obra de uma hora estreada em 2016 com 11 histórias da região do Midwest que exploram religião, tecnologia, comunidade e violência.
Carta Branca e dois cine-concertos
A Carta Branca dada à realizadora, que escolheu filmes que a marcaram e influenciaram, apresentará "Wanda", filme de 1970 de Barbara Loden, um marco do cinema independente nos Estados Unidos, mas também "Dubbing" (2006), de Antje Ehmann e Harun Farocki, e "Noon" (1969), de Helena Solberg. Stratman orienta ainda uma aula, intitulada "Radical listening".
Em evidência estão também dois cineconcertos: um une o filme "Le Révélateur" (1968), de Philippe Garrel, à atuação dos alemães Bohren and the Club of Gore; outro junta "O circo das almas" (1962), de Herk Harvey, com música eletrónica da belga Miaux.