A vocalista dos Deolinda, Ana Bacalhau, encerrou o desfile de Ricardo Preto, nos Paços do Concelho, a cantar uma versão de "Laurindinha", terminado assim o primeiro dia da 43.ª edição da ModaLisboa.
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O Salão Nobre e os corredores do primeiro andar dos Paços do Concelho foram transformados numa longa passerelle para a apresentação das "guerreiras contemporâneas", de Ricardo Preto, para a próxima primavera.
A sobreposição de peças destacou-se na coleção, onde os vestidos, fluidos e decotados, e as saias foram predominantes. Ana Bacalhau, por exemplo, envergava um vestido feito a partir de lenços franjados tipo xaile.
O tema da coleção, "guerreiras contemporâneas", era percetível no padrão camuflado, nos casacos de estilo militar e na postura das manequins.
Antes, no Pátio da Galé, Alexandra Moura apresentou "Interverter", uma coleção que, segundo a própria, "vive de exercícios de construção/desconstrução, mas também da subtileza do comportamento dos materiais, os acabamentos e os detalhes".
Ao longo do desfile ouvia-se por cima da música uma voz que dizia frases como "estamos todos virados do avesso", criando um "universo de dualidades, alimentado pela oposição propositada de conceitos como interior-exterior".
Para a próxima estação, Alexandra Moura apostou em peças em algodão, neoprene, linho, seda, ganga, felpa e microfibra, em tons entre o preto, o azul indigo e diferentes brancos.
Esta sexta-feira, a ModaLisboa arrancou com o desfile dos jovens designers da plataforma Sangue Novo, também no Pátio da Galé.
O Sangue Novo da ModaLisboa junta designers mais experimentalistas, como Olga Noronha e Joaquim Correia, e outros mais 'convencionais', como a dupla Banda, Catarina Oliveira, Nair Xavier ou Inês Duvale.
Em "Aurora Burealis", Olga Noronha - que cria joalharia medicamente prescrita - recorreu a leds e fibra ótica para "mimetizar o fenómeno ótico composto de um brilho observado nos céus noturnos das regiões polares, em decorrência da colisão entre partículas solares eletricamente carregadas e poeira espacial aquando da entrada no campo magnético da atmosfera terrestre".
Já Joaquim Correia, segundo explicou, concebeu "moldes em ferro e gesso, projetados em negativos, a partir dos quais criou as peças (não-tecidos)", que resultam numa "silhueta direita/tridimensional/ampla". Entre os materiais utlizados por este designer estão o látex, a madeira de pessegueiro, a pele e a chapa de metal.
A assistir ao desfile dos novos designers de moda esteve o vice-presidente da câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, para quem esta apresentação foi "uma demonstração de grande inovação e grande criatividade".
"É um lado também vibrante da cidade de Lisboa poder fazer estes eventos", referiu ainda, em declarações à Lusa.