A abrir com a canção “No line on the horizon”, que empresta o nome ao 12º trabalho de originais da banda, este é um disco que parece dividido em três partes num crescente de diferenciação.
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As primeiras músicas espelham toda a identidade dos U2, com “Moment of surrender” e “Magnificent” a afirmarem-se como duas das canções mais eficazes do disco. “Only love, only love/ can leave such a mark/ Only love, only love/ can leave such a scar”, o refrão de “Magnificent”, que deixa adivinhar a adesão que terá em concerto.
A meio surge “Get on your boots”, o single improvável e estridente que não dá uma ideia clara do que é este álbum. Com um irónico “I don’t want to talk about wars between nations...not right now. Hey sexy boots”, é a a música mais rápida que a banda fez até hoje, com uma sonoridade groove em fundo.
Nesta linha sonora, estão ainda “I’ll go crazy if I don’t go crazy tonight” e “Stand up comedy”, com Bono a exercitar a “auto-ironia”: “On a voyage of discovery stand up to rock stars, Napolean is in high heels / Josephine, be careful of small men with big ideas.”
“Fez - being born” leva-nos para a terceira parte do álbum, a apontar para uma nova direcção. Em “White as snow”, Bono vagueia nas memórias de um soldado no Afeganistão e em “Cedars of Lebanon” encarna um correspondente de guerra, cantando na terceira pessoa, com toda a intimidade e alteridade que daí advém.