Cerimónia de abertura acontece esta terça, no Batalha Centro de Cinema. Cinema lésbico em destaque no programa.
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O nome denuncia ao que vem: Porto Femme – Festival Internacional de Cinema é um certame dedicado ao feminino. Mas não nos enganemos – aqui a seleção não é redutora e não se fecha numa caixa do previsível feminino. Demonstra-o a caraterística fundamental da 8ª edição: diversidade. A cerimónia de abertura do Porto Femme acontece esta terçafeira no Batalha Centro de Cinema e o festival prolonga-se até dia 13 de abril.
A diversidade plasma-se em diversos sentidos. Na oferta artística, uma vez que não se fica pelo cinema e apresenta um ciclo de conversas, bem como uma exposição fotográfica, já inaugurada no final de março, patente na Mira Galerias, em Campanhã. Desta mostra de fotografia, surge outro fator de diversidade. O tema central desta edição (partilhado também com a exposição) é a ideia de invisibilidades. A invisibilidade, diz-nos Rita Capucho, codiretora do Porto Femme, não se fica pelo feminino, sendo abrangente à temática da fragilidade económica, emocional, das memórias e, claro, ligando-se ao ciclo especial, à invisibilidade da comunidade queer.
Em destaque há um ciclo dedicado ao cinema lésbico. Neste sentido, e seguindo a terceira vez em que homenageia uma associação, o Porto Femme premeia o Clube Safo, uma das poucas associações lésbicas no país, pelo seu trabalho na visibilização desta comunidade.
No talento nacional, além de “alguns dos melhores trabalhos recentes feitos no país”, promete Capucho, destaque ainda para a homenagem a Rita Azevedo Gomes, com a exibição da sua obra “Altar”, de 2002, sobre a “complexidade da existência humana”. Das competições nacional e internacional salienta-se, uma vez mais, a diversidade, sublinha a codiretora, falando de variedade de estilos cinematográficos, de narrativas e de geografias. Há sessões de cinema com entrada livre e bilhetes em “pacote” para as restantes.