Do vibrador arcaico aos cintos de castidade de ferro. Como se pode musealizar o sexo?
Esculturas, desenhos, fotografias, cartazes e artefactos compõem o novo espaço no Porto, visitado maioritariamente por estrangeiros.
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Desde o dia 6 de setembro, numa clara alusão ao número 69, que a cidade do Porto conta com um Museu do Sexo. A montra rosa choque, na Rua do Breiner, serve de fachada a um acervo distribuído por 750 m2. A entrada, reservada a maiores de 16 anos, vale 14 euros e o espaço está aberto, todos os dias, entre as 10 e as 18 horas. No domingo vários visitantes passaram por lá, invariavelmente estrangeiros. O negócio começou a pulsar numa "conversa de café em 2022" entre dois amigos, um engenheiro civil e um gestor industrial, Filipe Valinho e Pedro Canedo que decidiram partir para esta aventura.
Foram três anos até que a ideia ganhasse forma e sobretudo espaço, o que foi "o mais difícil de encontrar." Do acervo original do Museu fazem parte 328 obras, como detalhou Filipe Valinho, mas já estão em marcha novas aquisições. A instituição fez um protocolo com quatro universidades de Belas Artes: Porto, Lisboa, Rio de Janeiro e São Paulo. As duas últimas devem-se ao facto de Pedro Canedo ter vivido muitos anos no Brasil, "onde a forma de encarar o sexo é muito mais livre", regista.
Foto: André Rolo