A noite de sábado no palco principal do Meo Sudoeste arrancou com dois registos vocais bastante diferentes mas de grande pendor sentimental.
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O português, Diogo Piçarra, tornou-se conhecido do grande público com a sua vitória no Ídolos de 2012, tendo provado que nem sempre estes concursos produzem fogo fátuo. O cantor tem-se afirmado como um nome sólido da nova pop nacional, com dois álbuns gravados no espaço de dois anos, "Sessions" (2014) e "O espelho" (2015).
A sua voz tanto leva o público feminino à estridência, com a galanteria de temas como "Não te vou esquecer" ou "Entre as estrelas", como parte para movimentos mais arriscados em território indie. O seu 'vibrato' vai fazendo a ponte entre os vários universos. Um concerto intenso e diversificado, em que chamou ao palco comparsas como Isaura ("Meu é teu") e os Karetus ("Tu e eu" e "Wall of love").
Seguiu-se a voz britânica de James Morrison, cantautor que irrompeu em cena em 2006 com "Undiscovered", álbum que vendeu três milhões de cópias em Inglaterra e foi nomeado para dois Brit Awards.
A sua voz carregada de grão oscila entre a gravidade e a delicadeza, flirtando a soul e a 'americana'. Baladas como "Broken strings" ou "You give me something" saíram como dardos para a multidão, que respondeu com coros altissonantes. Chamaram-lhe o "Stevie Wonder inglês", pela sua aproximação à música negra, mas Morrison parece bem mais afiliado ao tom de um Bryan Adams. Além de que de ceguinho não tem nada, a avaliar pela reação que provoca entre as mulheres.