Tiago Guedes, de saída do Teatro Municipal do Porto, instituição que dirige desde 2014, ano em que ganhou o concurso internacional lançado pelo executivo de Rui Moreira assumirá a direção da Maison e La Biennale de La Danse de Lyon, em França.
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De repente, temos dois Tiagos portugueses, incluindo Tiago Rodrigues, diretor do Festival de Avignon, a dirigir duas instituições importantíssimas em França. Já têm coproduções?
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[Risos] Quando se está numa instituição destas nem se tem tempo para pensar onde se está, é muito trabalho. Mas, sim, temos dois Tiagos: um no maior Festival de Teatro do Mundo e outro no de Dança. A nossa relação decorre em paralelo há muitos anos. Quando eu criei o Materiais Diversos, ele criou a Mundo Perfeito e trabalhávamos em gabinetes, os dois lado a lado, no Festival Alkantara, com uma porta comunicante. Eu vim para o TMP e ele foi dirigir o Teatro Nacional Dona Maria II. Ele foi para Avignon e passados seis meses eu vou para Lyon. É uma relação de cumplicidade e temporalidade. Os artistas de dança até competem para saber em qual dos certames estarão. É um prazer trabalhar com o Tiago e acho que haverá uma relação premente.
Qual é o seu projeto para Lyon?
Tenho quatro eixos de ação e nove artistas associados ao projeto, que na verdade são três: a Maison de la Danse, a Bienalle de Lyon, os ateliers e uma sala de ensaios que é uma espécie de Campus, mas com uma blackbox . Nem todos estarão na Bienalle, nem na Maison, terá de haver uma mediação. Alguns dos artistas, como a Lia Rodrigues, (uma das nove) vão também fazer coprogramação. Há um foco na juventude, temos uma grande vontade de os convocar para o projeto, eles também selecionarão alguns dos projetos para a Bienal. E ainda antes disso, entre 2023-2025, vão decorrer as obras para os Ateliers. A primeira coisa que vou fazer em julho é participar no júri de escolha do arquiteto. Para que quando abrir em 2025 já seja uma evidência para toda a gente.
Confia que o TMP ficará em boas mãos?
Sim, completamente, temos uma base muito sólida, uma grande equipa e esse é o segredo para deixar futuro. As instituições não são só as direções. Será uma transição muito tranquila para quem venha a seguir. A equipa é altamente especializada, temos visibilidade a nível nacional e internacional. Temos uma missão política e agora será uma nova respiração.