Curta metragem de animação "Ice merchants" é o primeiro filme português candidato em 95 anos. Realizador João Gonzalez e produtor Bruno Caetano dizem ao JN, a partir de Hollywood, que estão "a receber muito carinho".
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A 24 horas de partirem para o Dolby Theatre, em Hollywood, Califórnia, EUA e para a passadeira vermelha dos Oscars - a cerimónia é na madrugada de domingo para segunda-feira; há transmissão em direto na RTP a partir da 1 hora -, o JN esteve a falar ao telefone com o realizador João Gonzalez e com o produtor Bruno Caetano, tomando o pulso ao seu estado de espírito e às expectativas da curta de animação "Ice Merchants" trazer para Portugal e para o cinema português o primeiro Oscar da sua história.
"Para nós o importante é aproveitar a cerimónia como momento de celebração para toda a equipa que trabalhou neste filme", diz-nos o realizador. "Estamos cientes de que não somos os favoritos nesta corrida, mas sabemos que será uma noite extremamente feliz, seja qual for o nome que sair naquele envelope."
Bruno Caetano confirma que o espírito é bom. "Temos cá as nossas famílias e muita gente que nos é querida e que nos ajudou a fazer o filme. Não estou nada nervoso", confessa. "Não temos muitas hipóteses de competir com alguns nomes muito grandes que também estão nomeados. Estamos a falar de estúdios que têm uma presença muito grande em Los Angeles, filmes feitos por pessoas que trabalham aqui há décadas", admite. "Mas temos recebido muito carinho. Todos os dias recebemos imensas mensagens de apoio".
João Gonzalez tem a consciência de que as últimas semanas correram muito bem. "Conseguimos promover o filme da melhor forma possível e visitar bastantes estúdios de animação que, para nossa surpresa, já tinham visto o nosso filme e mostraram muito interesse no nosso trabalho", disse-nos.
Bruno Caetano confirma: "A outra semana foi muito complicada, porque tínhamos que produzir muitos materiais, dar muitas entrevistas. Havia sempre algo a fazer e um certo nervosismo", refere-nos. "Mas desde que começaram a fechar as urnas chegámos à conclusão de que já não havia nada a fazer e descomprimimos um bocado".
O produtor explicou-nos como vai ser a logística da cerimónia, sendo que é necessário acrescentar sempre mais oito horas, as que separam o fuso horário de Los Angeles do de Portugal continental: "Chegamos lá por volta da uma e meia da tarde. Temos a situação toda da passadeira vermelha. Depois vamos para uma zona de receção. Por volta das quatro e quarenta e cinco já devemos estar sentados. Às cinco começa o evento, que vai até às oito. O Baile do Governador vai das oito às dez e depois, dependendo de como corre a noite, logo vemos o que fazer".