Dois mandatos e seis anos depois, Eduardo Paz Barroso vai abandonar a presidência do Coliseu do Porto. A notícia foi conhecida esta sexta-feira, mas o responsável diz ter tomado conhecimento da sua cessação de funções pela Imprensa.
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"Gostava de ter sido previamente avisado dessa decisão, mas não fui. De imediato, escrevi à AMP para me serem dados esclarecimentos urgentes, mas não tive resposta. O meu lugar esteve sempre à disposição", afirmou Paz Barroso, de forma lacónica, sem querer confirmar se a decisão se devia a um hipotético afastamento entre as duas partes.
A duas semanas de uma assembleia-geral que irá decidir a concessão daquele equipamento a privados como forma de financiar as obras de recuperação, o ainda presidente da Associação de Amigos do Coliseu viu a Área Metropolitana do Porto (AMP) indicar a socialista Maria João Castro como representante daquele órgão para o triénio 2020-2023.
O futuro presidente será indicado pelo Ministério da Cultura, depois de a Câmara do Porto e a Área Metropolitana do Porto terem assumido essa prerrogativa nos dois anteriores mandatos, liderados por Paz Barroso. Segundo apurou o JN, a tutela ainda não escolheu o sucessor.
Concessão quase certa
Nova representante da AMP na direção do Coliseu do Porto, Maria João Castro reconheceu, em declarações ao JN, que "a atual indecisão em torno do destino do Coliseu não é nada positiva". Contudo, mostrou-se confiante de que a próxima assembleia-geral seja clarificadora e permita "chegar a uma solução quanto antes, até porque a estrutura do próprio edifício assim o exige" .
A título pessoal, a vereadora substituta da Câmara do Porto, eleita pelo PS, considerou a hipótese da concessão "como fortemente credível, embora a decisão seja da competência dos órgãos próprios". Menos desejável seria, diz, uma hipotética gestão municipal daquela sala de espetáculos, porque "a Autarquia já tem equipamentos que cheguem".
A solução da concessão a privados ganhou ontem ainda mais força, depois de a AMP ter aprovado, por unanimidade, a "não participação financeira" nas obras de reabilitação do Coliseu.
Os representantes dos 17 municípios recusaram uma proposta que previa que o Governo e a AMP assegurassem seis dos 8,5 milhões necessários para a realização de obras, já que a Câmara se afirmou incapaz de ir além de 30% deste valor (dois milhões e meio de euros).
Para Eduardo Vítor Rodrigues, presidente do Conselho Metropolitano do Porto, órgão deliberativo da AMP, a impossibilidade de ter acesso a fundos estruturais "no imediato" faz com que a concessão seja inevitável. Uma posição que foi ao encontro da expressa por Rui Moreira.
Relembrando que o Coliseu sempre foi privado, o presidente da Câmara do Porto mostrou-se convicto de que a concessão irá atrair interessados.
Três nomes da direção ainda por conhecer
O nome de Maria João Castro não foi o único tornado público ontem para a nova direção do Coliseu do Porto. Se a vereadora vai representar a Associação Metropolitana do Porto (AMP), a Câmara vai propor que Nuno Lemos, atual membro dos corpos diretivos das Águas do Porto, seja reconduzido no cargo de vogal da direção. A decisão vai ser tomada numa assembleia no dia 9.
Ficam ainda por conhecer três nomes: o do presidente da direção será indicado pelo Ministério da Cultura, como ficou acordado com a Autarquia e a AMP, responsáveis pelas duas escolhas anteriores. Por sua vez, os associados individuais e os coletivos têm também direito a escolher dois representantes.