Entre pirilampos, braços no ar e aplausos: a noite em que Fernando Daniel fez o Porto vibrar
O cantor Fernando Daniel encerrou a primeira das Noites dos Jardins do Palácio com casa cheia, um dueto emocionante e um público rendido, num serão que também celebrou o fado de Sara Correia. Este domingo, Mariza Liz, Luís Trigacheiro e Diogo Piçarra rematam o festival.
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O Porto pediu e Fernando Daniel saltou. Na primeira das Noites dos Jardins do Palácio, o cantor de Estarreja transformou o espaço num palco de emoções intensas, com a digressão "Viagem" a mostrar toda a força da música portuguesa. A plateia respondeu a cada canção com entusiasmo contagiante, transformando o jardim numa verdadeira celebração da cultura musical nacional.
O ambiente era de festa desde o início, com camisolas azuis e brancas a pontuar entre o público. Portista assumido, Fernando Daniel comparou o ambiente ao Estádio do Dragão, arrancando risos e aplausos. Se dúvidas restassem, a ligação entre artista e cidade ficou, assim, imediatamente confirmada.
Foto: André Rolo
Antes de interpretar "Casa", a sua canção favorita do mais recente álbum "V.H.S.", o músico desafiou o público: "Vamos cantar juntos?" Sentado no palco, deixou que a multidão conduzisse o refrão. Milhares de telemóveis acenderam-se, iluminando o jardim como pirilampos, enquanto braços se erguiam no ar, criando um cenário de pura magia e comunhão.
O momento mais emotivo aconteceu com a entrada de Sara Correia, que antes tinha oferecido o seu concerto a solo. Juntos, cantaram "Se Eu", num dueto que revelou a cumplicidade forjada em experiências passadas, incluindo o programa "The Voice Portugal", onde foram mentores. A interpretação levou o público ao rubro e terminou com uma grande ovação, sublinhando o impacto do encontro de talentos.
Foto: André Rolo
Sara Correia abriu o serão com a força do fado. O seu vozeirão conquistou desde os mais novos aos mais velhos, incluindo Clara, de 76 anos, que viajou de Aveiro para ouvir a artista: "A Sara é um furacão, emociono-me sempre ao ouvi-la", declarou. Durante quase noventa minutos, a artista do bairro de Chelas (como orgulhosa gosta de afirmar) conduziu a plateia por uma viagem emotiva, mostrando a intensidade e irreverência que a tornaram um dos nomes mais marcantes na atualidade.
Num ambiente intimista, os Jardins do Palácio de Cristal transformaram-se numa sala de concertos ao ar livre com vista sobre o Douro. O público percorreu os espaços entre concertos e instalações artísticas, enquanto degustava a sinfonia de sabores entre a oferta gastronómica exposta, num encontro perfeito entre música, arte e gastronomia.
O festival encerra este domingo com atuações de Diogo Piçarra, Mariza Liz e Luís Trigacheiro. A promessa é de mais uma noite de celebração da música portuguesa, consolidando os Jardins do Palácio como ponto de encontro da cultura e da emoção, numa experiência que o Porto dificilmente esquecerá.