"Imperial é fino", cantou Cláudia Pascoal no arranque do festival, perante uma plateia numerosa. Sara Correia e Fernando Daniel completaram o serão. Este domingo,, Diogo Piçarra, Marisa Liz e Luís Trigacheiro completam o programa.
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O Palácio de Cristal transformou-se ontem num palco ao ar livre para a primeira edição do festival Noites dos Jardins do Palácio, que combina música, arte e gastronomia no espaço histórico do Porto.
Coube a Cláudia Pascoal, natural da região, abrir a noite. "Imperial é fino", a canção que lançou com Ana Bacalhau - uma brincadeira com os regionalismos e expressões típicas do Porto e de Lisboa -, foi cantada logo no início, arrancando sorrisos e boa disposição.
Foto: André Rolo
A artista natural de Gondomar permaneceu cerca de uma hora e 20 minutos em palco, revisitando álbuns, colaborações e momentos íntimos que marcaram a sua carreira. "É emoção e alegria. Orgulho também. Ela esteve muito doente, mas conseguiu fazer o espetáculo. Hoje é muito bom", confessou o pai, Armando Pascoal, ao JN.
Houve ainda espaço para partilhas inesperadas. Sílvia Ferreira, amiga de infância e considerada meia-irmã, subiu ao palco para um dueto de "Ter e não ter", numa interpretação que encantou o público e reforçou a cumplicidade entre o duo inesperado, "com parte da família - que é muito grande", na plateia, como fez questão de notar o patriarca Pascoal.
Foto: André Rolo
A relação das duas vem de longe: a mãe de Cláudia foi ama de Sílvia, e desde pequenas criaram músicas juntas. Hoje, a jovem tem a sua própria banda, mas confessou influência da "mana" mais velha: "Sempre cantámos juntas desde pequenas, mas nunca diante de tanta gente. Foi especial partilhar este momento com a Cláudia".
Animação a céu aberto
Mais tarde, por volta das nove da noite, subiu ao palco a fadista Sara Correia, cuja voz cheia e envolvente trouxe intensidade e silêncio reverente ao jardim.
Sara Correia
Foto: André Rolo
Seguiu-se Fernando Daniel, a fechar a primeira noite, já depois do fecho edição que este domingo está nas bancas, e a animação era evidente, provando que a música portuguesa enche a alma do público.
Foto: André Rolo
Entre a plateia, Mariana e Leonor, amigas de 11 anos vindas de São João da Madeira, aguardavam ansiosas pelos artistas. Mariana confidenciou: "Foi a nossa surpresa por ter conseguido deixado de roer as unhas".
Leonor e Mariana
Foto: André Rolo
Já Patrícia Silva, 29 anos, de Gaia, descreveu a experiência até àquele momento. "Vim para ver o festival e já estou a aproveitar tudo. O local é ótimo e permite desfrutar de cada momento", resumiu.
Patrícia Silva
Foto: André Rolo
No total, cinco mil pessoas desfrutaram da música, das instalações artísticas e da gastronomia, num arranque promissor do festival que promete transformar-se numa nova tradição cultural da Invicta.
Este domingo, a fechar, espera-se também casa cheia, com Diogo Piçarra, Marisa Liz e Luís Trigacheiro a completarem o programa, cruzando géneros e gerações. Um cardápio de luxo que mantém viva a proposta de unir música, arte e memória no Palácio de Cristal.