Pouco depois de inaugurada a democracia, o Estado português começou, pelas mãos de David Mourão-Ferreira, então secretário de Estado da Cultura, a adquirir obras de arte para usufruto dos portugueses. Contudo, ao mesmo tempo, foi perdendo as obras que foi adquirindo - e as que não perdeu raramente expôs.
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De acordo com o "Expresso" deste sábado, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que gere a coleção da Secretaria de Estado da Cultura (SEC) desde 2017, terá nos seus ficheiros uma lista de 1367 obras de artistas nacionais e 170 classificadas como perdidas.
Entre as perdas, refere o semanário, contam-se fotografias de Helena Almeida (1934-2018) e de Gérard Castello-Lopes (1925-2011) ou o desenho de Júlio Pomar (1926-2018) que daria origem aos frescos do Cinema Batalha do Porto mandados tapar por Salazar em 1946.
A inventariação das obras nunca fora feita até ao mandato do anterior ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes. E o que daí resulta é a percepção de um espólio disperto ou perdido: 12,4% está perdido; 80% está no depósito de Serralves, e o restante repartido entre o Centro Cultural de Belém, a Câmara de Aveiro e a Direção-geral do Livro.