A quinta edição do Bragança Classic Fest 2025, que decorrerá entre 27 de setembro e 11 de outubro, apresentará oito espetáculos únicos que não estão em digressão.
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"Este festival caracteriza-se por apresentar uma programação de excelência e com uma enorme variedade e qualidade. Este ano teremos duas orquestras internacionais, a Orquestra Sinfónica do Principado das Astúrias e a Orquestra de Philharmonia de Frankfurt", explicou Filipe Pinto Ribeiro, diretor artístico do Bragança Classic Fest.
"É um esforço enorme, mas temos afirmado Bragança como um destino cultural de excelência. Depois de cinco edições o festival é já uma marca no panorama internacional", acrescentou Filipe Pinto Ribeiro durante a apresentação da iniciativa, esta terça-feira.
Desta feita há também uma aposta reforçada na descentralização, com cinco concertos fora do Teatro Municipal de Bragança, nomeadamente na Basílica de Outeiro e na Igreja de S. Francisco.
Pela primeira vez, a música erudita interpretada ao vivo chega a Outeiro, a única aldeia portuguesa que conta no seu património com uma basílica. Foi, precisamente, a basílica de Santo Cristo de Outeiro o palco escolhido para o concerto de abertura "A era de ouro da música portuguesa", com obras do século XVI da autoria de Vicente Lusitano, o primeiro compositor negro da história, bem como obras de outros autores portugueses, pelo Ensemble Arte Mínima. "Além do público do festival, este concerto é também para um público local, para sentir que não é mais um concerto, porque é muito especial. São povoações que, às vezes, estão muito esquecidas e com falta de condições para eventos de excelência. Queremos transformar este concerto num momento de grande simbolismo", observou o diretor do festival.
Da programação fazem parte também concertos com músicos brigantinos "para reforçar a ligação à comunidade de Bragança e à que emigrou, e está pelo mundo fora, como o violinista David Seixas, que está a ter uma grande carreira em Helsínquia", acrescentou Pinto Ribeiro, que "quer puxar a identidade do festival".
Estão agendadas várias iniciativas, como masterclasses com alunos do Conservatório de Música e Dança de Bragança.
A prestigiada Orquestra Sinfónica do Principado das Astúrias, uma das mais destacadas formações espanholas, regressa ao ClassicFest para dois concertos no Teatro Municipal de Bragança, sob a direção do maestro Nuno Coelho. No Dia Mundial da Música (1 de outubro), será interpretada a célebre 3.ª Sinfonia de Beethoven "Heróica". No dia seguinte, a orquestra apresenta a 8.ª Sinfonia de Schubert e o Triplo Concerto de Beethoven, com a participação de solistas de renome mundial.
Pela primeira vez em Portugal estará o trompetista ucraniano Vlasislav Lavrik, considerado um dos maiores músicos de sopros da atualidade. Também presente estará a violoncelista Esther Hoppe. "Muitas vezes pensa-se que a grande programação tem de estar alocada às grandes salas e instituições. Aqui fazemos um esforço de todos para conseguir as condições e trazer em Bragança aquilo que podia estar a acontecer em Nova Iorque ou em Xangai", descreveu Filipe Pinto Ribeiro.
A vereadora da Câmara de Bragança, Fernanda Silva, que vai cessar funções após as autárquicas, considera que o festival "leva a cidade para lá da geografia portuguesa e democratizou o acesso à cultura" e "confirmou que é possível" descentralizar estas ações.
O diretor do Teatro Municipal de Bragança, João Cunha, destaca que cinco dos oito espetáculos têm entrada gratuita. Os restantes três tem bilhetes com um preço entre seis e sete euros.