Humorista traz a Portugal o espetáculo "O novo stand up". Estreia mundial este sábado na Super Bock Arena, no Porto.
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Foi ainda de férias na Letónia que o humorista brasileiro Fabio Porchat falou do seu novo espetáculo de comédia stand up, com as viagens como pano de fundo e estreia mundial marcada para este sábado na Super Bock Arena, no Porto. Uma digressão percorrerá Portugal, terminando no Campo Pequeno, em Lisboa, a 18 de fevereiro, depois de passar por Braga, Coimbra, Aveiro e Albufeira, com a maioria de salas já esgotadas. Só depois seguirá para o Brasil. Por cá, antes de regressar ao país natal, ainda gravará a segunda temporada da série documental "Viagem a Portugal", inspirada na obra homónima de José Saramago, para a RTP, desta vez de Lisboa ao Algarve.
O que podemos esperar do novo espetáculo?
É totalmente novo. É a estreia mundial, com material que nunca ninguém viu.
Dentro do género a que já habitou o público?
Acho que habituei o público à risada... A minha paixão é viajar, por isso são histórias que vão desde uma massagem na Índia a dores de barriga no Nepal, até assustar hipopótamos no Botsuana.
Arrancar no Porto é especial?
Para mim, estrear em Portugal já é uma coisa totalmente diferente. Vou estrear este espetáculo no Brasil e fico lá de abril a até dezembro, mas aqui as referências são outras porque o público é diferente. Claro que 95% do show é igual, mas fiz uma coisa ou outra brasileira que pode não fazer muito sentido [fora do Brasil]....Já me apresentei antes no Porto e em Lisboa mas ouvi dizer que é bom estrear no Porto porque o público é muito recetivo.
A seguir, gravará a segunda temporada de "Viagem a Portugal".
Começo dia 23 e descerei de Lisboa até ao Algarve. Vou andar pelas cidades por onde José Saramago passou há 42 anos. Esse é mesmo o objetivo do documentário: redescobrir Portugal através de mim, um brasileiro de outra geração, 40 anos depois.
Depois da primeira temporada, o que destaca?
Sem dúvida, a receptividade do povo português, as pessoas muito calorosas e empenhadas. Percebi ainda que se come bem em qualquer esquina e em qualquer aldeia. Visitei o Norte todo no inverno e é das coisas mais lindas.
As pessoas reconheceram-no?
Teve de tudo um pouco. Encontrei gente que não sabia sequer quem é Saramago. Diria que 50% dos portugueses adora e conhece o Porta dos Fundos e os outros 50% nunca ouviram falar. É interessante quando tem um casal e um vem falar comigo e o outro fica a olhar-me a pensar quem sou.
Foi há 20 anos que tudo começou, quando tomou o palco numa atuação de Jô Soares.
Foi lá que decidi o que queria ser como ator. Tinha 18 anos e não sabia como funcionava a televisão. E quanto mais novos, mais cara de pau somos. Comecei a minha carreira a sério em 2005, quando me formei na Escola de Teatro.
Entre amigos, já era o palhaço do grupo?
Fazia piadas o tempo todo. Sempre fui uma criança desinibida, espalhafatosa, sempre falei alto.
É sobretudo humorista, mas também é argumentista. Sente-se à vontade para escrever conteúdos sérios?
Já escrevi alguns, já fiz filmes mais sérios, já dirigi um drama que também escrevi para teatro baseado no meu livro "As boas mulheres da China". Gosto de boas histórias, independentemente serem engraçadas ou não. É claro que tenho propensão para o humor, mas gosto de transitar por todos os géneros.
O projeto Porta dos Fundos está de boa saúde?
Sem dúvida. Em 2022 fazemos dez anos, sempre com mais episódios.