A 23.ª edição do festival Jazz ao Centro decorre entre 10 e 18 de outubro, em Coimbra, com 12 concertos, em diferentes salas da cidade, e que fica marcada por um reforço da rede de parcerias com outros festivais.
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Segundo o diretor da associação Jazz ao Centro Clube (JACC), José Miguel Pereira, "uma fatia importante" da programação resulta da parceria com os festivais o Seixal Jazz e o Outono em Jazz, da Casa da Música, no Porto. "Possibilita que façamos um papel muito importante na circulação nacional de nomes internacionais que são relevantes e também têm impactos financeiros", reconhece.
Um desses concertos é o da trompetista britânica Yazz Ahmed, no Convento São Francisco, a 16 de outubro. No mesmo dia é também apresentado o disco que junta o músico Luis Vicente a John Dikeman, William Parker (que será substituído neste concerto por John Edwards) e Hamid Drake.
A 17 de outubro, o Salão Brazil, o compositor neerlandês Tjin Wybenga dirige oito músicos portugueses, num trabalho "encomendado especificamente para esta parceria dos três festivais", com curadoria de Pedro Costa.
O trabalho em rede permite ainda trazer a Coimbra, na abertura do festival (10 de outubro), o trio formado por Sakina Abdou, Marta Warelis e Toma Gouband, no Salão Brazil.
Artistas com ligação à cidade
José Miguel Pereira salienta que o festival, corganizado com a Câmara Municipal de Coimbra, segue a linha de "acompanhar artistas que têm ligação com a cidade" e, nesse sentido, destaca a presença de Estela Alexandre que estreia "Cantomilo", o seu primeiro disco. A compositora e arranjadora de 24 anos sobe ao palco do Teatro Académico Gil Vicente, a 17 de outubro.
Há ainda uma residência residência artística, entre 12 e 16 de outubro, com o Projeto Rondo, composto pelos músicos iranianos Roshanak Rafani (percussão), Ehsan Sadigh (guitarra) e Mazyar Younesi (piano), com a colaboração do percussionista luso-catalão Vasco Trilla.
O músico estende a passagem por Coimbra para se apresentar com o guitarrista conimbricense Marcelo dos Reis, num concerto que encerra o festival, a 18 de outubro, no Salão Brazil, e dará origem a disco.
A 11 de outubro, a antiga Estação Nova recebe o artista sonoro Luís Antero e o contrabaixista Miguel Calhaz, que apresentam marcos sonoros relativos à história ferroviária e à memória do espaço.
No mesmo dia, o Salão Brazil acolhe a banda portuguesa Yakuza e o Atelier Semente é palco do "Clube de Jazz para Miúdos", uma atividade didáctica com Maria Morbey e Zé Soares.
No último dia, 18 de outubro, Rafael Toral apresenta, no Seminário Maior, o álbum "Travelling Light" e o Atelier Semente recebe o Combo CPJazz.
Desafio do festival
Com o evento a entrar na 23.ª edição, o director do JACC aponta que "é um desafio enorme manter o festival pertinente, manter as propostas frescas e permitir que o público consiga ter acesso àquilo que se faz hoje em dia no mundo do Jazz".
Já o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, também presente na conferência de imprensa, salientou a vontade de Coimbra "ser uma cidade do jazz", embora ache que já tem "esse reconhecimento, graças ao trabalho que tem sido desenvolvido pelo JACC" e por outras iniciativas à volta do jazz que vão acontecendo na cidade.
"Fazer parcerias com outras cidades, com outros festivais, com outras instituições, com instituições locais, com músicos locais é absolutamente essencial para fazer crescer o festival Jazz ao Centro. Isso tem vindo a ser feito com maestria", acrescenta o autarca.
O evento do JACC conta com três atividades gratuitas, sendo que nas restantes o preço das entradas varia entre dois e 14 euros.