De quinta a sábado, Paredes tem o festival que descobre nova música portuguesa. "O nosso ADN é a melomania".
Corpo do artigo
Todos os festivais, cada um no próprio modo, são especiais no seu índice de felicidade, mas, como nas famílias de Tolstói - "todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é sempre infeliz à sua maneira", diz o russo a abrir "Anna Karenina" -, cada um tem uma especialidade no seu modo de alegria e exultação. Passada a temporada maior dos festivais de música de verão - que parecem cada vez mais iguais -, eis que chega o Indie Music Fest 2025 para firmar a sua especificidade: "O nosso ADN é a melomania", diz ao JN Tiago Nalha, o jovem diretor do festival de Baltar, Paredes, distrito do Porto. "O nosso público é mais exigente, é, à sua maneira, erudito, quer descobertas, quer o novo, exige essa experiência".
Assim, de quinta-feira a sábado, do início da tarde às horas pequenas da madrugada, nos palcos ao ar livre da designada Floresta Mágica, na Quinta do Cabo, o Indie Music Fest aposta em mais de três dezenas de bandas e artistas que, numa imensa variedade de géneros e configurações, se alinham num eixo comum: a sua música é nova - e é portuguesa. Tiago Nalha sublinha a regra da sua excecionalidade: "Em mais de 30 artistas do cartaz deste ano, só dois já aqui atuaram anteriormente, os Quadra e Rui Taipa, e só voltam porque têm discos novos. Todos os outros são estreias aqui no Indie". O diretor é praticamente inflexível: "Se vêm cá, têm que trazer coisas novas; se as suas canções já tiverem dois ou três anos, ficam de fora - podem cá vir, mas é para ficarem a ver".