Começa amanhã mais uma edição do Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas, que estará em Lisboa até 23 de maio.
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O espetáculo de abertura do FIMFA terá lugar no Teatro Nacional D. Maria II e estará a cargo da companhia francesa e norueguesa Plexus Polaire, que assim regressa a este evento. Inspirado num clássico da literatura, "Moby Dick" tem encenação de Yngvild Aspeli e conta com 50 marionetas em palco, sete atores-manipuladores, projeções de vídeo, uma orquestra submersa e uma baleia-marioneta em tamanho real.
Seguem-se muitos outros espetáculos e atividades no São Luiz Teatro Municipal, Teatro do Bairro, Teatro Taborda, LU.CA - Teatro Luís de Camões, Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, Centro Cultural da Malaposta e Cinemateca Portuguesa.
O FIMFA é produzido pela companhia A Tarumba - Teatro de Marionetas, com direção artística de Luís Vieira e Rute Ribeiro, apresentando ao longo de três semanas uma programação que tem como mote "resistir, recomeçar, renovar, reconstruir, reinventar".
"Chaika", o espetáculo que se segue, a 7 e 8 de maio no São Luiz, inspira-se em "A gaivota" de Anton Tchékhov. Descrito como um trabalho de um "virtuosismo prodigioso", esta criação da companhia belga e chilena Belova-Iacobelli é construída em tensão permanente, entre uma obra-prima do teatro clássico, o teatro de marionetas e o movimento coreografado, além de contar com a manipulação de Tita Iacobelli, que permite a desdobragem de diferentes personagens.
Outro destaque é "Optraken", um espetáculo de novo circo que junta acrobacia e o poder de objetos de diferentes dimensões, numa criação da francesa Galactik Ensemble, a ser apresentada também no São Luiz, a 13, 14 e 15.
Pela mão de Yeung Faï, o último descendente de uma dinastia de marionetistas (cinco gerações de manipulação), chega "The puppet-show man", com tigres e lutas que ganham vida através das tradicionais marionetas de luva chinesas, no mesmo teatro, entre os dias 14 e 16.
"Os sapatos do sr. Luiz", uma criação portuguesa de Madalena Marques, em cena a 15 e 16, e "Maiakovski - O regresso do futuro", pelas companhias portuenses Teatro de Ferro e Teatro de Marionetas do Porto, a 21 e 22, encerram a programação no São Luiz. Esta última produção estreia esta semana no FITEI. Neste espetáculo, as duas companhias do Porto juntaram-se para construir uma máquina do tempo em que se imagina uma tentativa de ressuscitar o poeta russo Maiakovski algures numa linha temporal alternativa, entre o ativismo político, o desejo amoroso, o trabalho da poesia e uma espécie de troca de correspondência constante com o futuro.
No Teatro do Bairro serão dados a conhecer os "mundos singulares" de dois criadores especiais para o FIMFA: o americano Patrick Sims e a sua companhia Les Antliaclastes, que apresentam uma opereta de alquimia para marionetas, de 21 a 23 de maio, intitulada "Ambregris".
Agnès Limbos, a "papisa do teatro de objetos", da Bélgica, vai mostrar contos imaginários que se passam em diferentes países através de "Petites fables", em cena de 12 a 14.
Ainda no Teatro do Bairro, o músico português Fernando Mota apresenta "Concerto para uma árvore", com apresentação única no dia 18.
O Teatro Taborda mostra, a 18 e 19, "Auto da criação do mundo", pelos alentejanos Bonecos de Santo Aleixo, em que se poderá ver um retábulo iluminado a candeias de azeite e ouvir guitarra portuguesa.
No LU.CA - Teatro Luís de Camões, e para os mais novos, a companhia alemã Thalias Kompagnons volta a mostrar a sua técnica de pintura ao vivo com "Branco como a noite e claro como o preto", nos dias 15 e 16.
Fabrizio Rosselli (França/Itália) vai tentar surpreender o público mostrando o que consegue fazer com baldes em "Bakéké" (que significa balde em havaiano), apresentando um "doce e teimoso sonhador" que, diante do impossível, transforma as suas derrotas em jogos, um "espetáculo poético e cómico sobre a impossibilidade da perfeição" a ver nos dias 22 e 23.
O Museu de Lisboa - Palácio Pimenta dará palco a dois espetáculos portugueses: a Limite Zero apresenta o tradicional Teatro Dom Roberto, a 8 e 9 de maio, ao passo que a companhia Radar 360º conta "Histórias suspensas", a 22 e 23.
O FIMFA chega este ano pela primeira vez ao Centro Cultural da Malaposta, a 15 e 16, com "Cinderela", pelo Teatro de Marionetas do Porto.