O "Jornal de Notícias" e a Casa da Música assinaram, esta terça-feira, um protocolo de cooperação que visa promover a música através de concertos ao vivo na redação, transmitidos em direto.
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A parceria arrancou com um recital do jovem e premiado pianista Nuno Ventura de Sousa.
"É uma missão cultural. Leva a música a todos os quadrantes. Estamos a falar de duas das maiores instituições do país que se unem naquilo que têm em comum - as letras e a música", explica Domingos de Andrade, diretor do JN.
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A parceria promove miniconcertos de artistas que integram a programação de uma das mais prestigiadas instituições culturais do país, no palco da redação do JN. Os espetáculos e as entrevistas vão ser transmitidos em direto, nas plataformas digitais do JN, à semelhança do que acontece já regularmente com artistas de vários estilos musicais.
"Estamos a fazer um ato cívico em que quem sai beneficiado é o público e os leitores, que a partir de agora estão melhor informados sobre o que se passa na Casa da Música e na cultura da cidade. O facto de termos este palco, com concertos que representam aquilo que se passa na Casa da Música, é uma forma de levar a música, nomeadamente a música erudita, a um público mais vasto", defende António Jorge Pacheco, diretor artístico.
A Casa da Música, que recebeu em 2017 mais de 645 mil espectadores, realiza mais de 1500 eventos por ano.
"É um acordo feliz e que tem efetividade no terreno, trazendo os espetáculos para dentro do JN, à semelhança de tantos que já fazemos. É mais um passo naquilo que é a matriz do JN, que é a proximidade - olhar e estar com os nosso leitores, perceber quais são os seus anseios, necessidades e causas", acrescentou Domingos de Andrade.
Pianista premiado
A atuação do jovem pianista Nuno Ventura de Sousa serviu de mote para o arranque do projeto entre as duas entidades. O pianista abre o Ciclo de Piano de 2019 da Casa da Música, esta terça-feira, com duas peças: Sonata em Si bemol maior, D. 960, de Franz Schubert e Sonata em Mi menor, op. 25 nº 2, "Vento da Noite", do russo Nikolai Medtner. Sobre a última descreveu ao JN: "É uma obra que deveria ser ouvida e tocada muito mais vezes porque é praticamente desconhecida. Para mim é do mais extraordinário que já foi escrito para piano".
Natural de Valongo, começou a aprender piano por causa da família, apaixonada pela música. Foi para o Conservatório, diplomou-se nos EUA e está agora a tirar um mestrado em Viena, onde aprende com Jiracek von Arnim.
Tímido fora do piano, é sentado nele que se agiganta. Aos 22 anos, tem mais de 40 primeiros prémios em concursos nacionais e internacionais.