Coliseu do Porto recebe hoje "Khronos", que junta circo, ginástica acrobática e artística, dança contemporânea, ballet clássico e patinagem. O JN já o viu.
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É uma ode ao tempo, mas também podia ser uma evocação ao sonho - o mesmo que, segundo o provérbio, "comanda a vida", e guiou as vontades de Úrsula Martins, diretora artística do projeto, e Lourenço França, diretor técnico, na criação daquilo que assumem ser "algo inédito em Portugal". Pela primeira vez "ginástica acrobática e artística, dança contemporânea e ballet clássico, patinagem e circo fundem-se no mesmo espaço e juntam 80 performers", diz Úrsula Martins ao JN. "Lá fora, já é comum vermos coisas semelhantes, mas em Portugal é uma estreia. Era um sonho antigo que foi adiado pela pandemia, mas que ganhou força e agora vai a cena", revelou. É "Khronos", a récita é única e é hoje, às 21 horas, no Coliseu do Porto.
O argumento desta peça é baseado na mitologia grega e faz alusão a dois tempos distintos: o dos humanos, que luta contra o dos deuses, e que tem como último objetivo mostrar o que é possível fazer quando se aproveitam os momentos e se descuram as horas. Ao longo de 90 minutos serão apresentados 16 números distintos, que estão a ser preparados desde março e exigiram cinco horas de treino por dia.
A diretora do espetáculo confessou que "a parte mais difícil foi a logística de um grupo tão numeroso, devido às especificidades de cada área", mas lembra que a qualidade do elenco "ajudou a tornar as performances mais consistentes, uma vez que trabalhamos com campeões do Mundo e da Europa em diversas modalidades".
Como o cirque du soleil
Entre eles estão os Art Gym Company, coletivo de ginástica acrobática vencedor do "Got talent Portugal", que esteve à conversa com o JN durante um dos ensaios gerais. Rita Ferreira é uma das ginastas da equipa original que venceu o concurso televisivo de talentos, foi tricampeã mundial em escalão sénior este ano e explicou algumas das diferenças que sente entre a preparação das competições e os espetáculos: "Costumo competir em dupla ou em trio e poder fazer este espetáculo com a minha equipa e com outros artistas de diferentes modalidades é uma sensação única e diferente. Estamos aqui todos juntos para criar uma representação, que a meu ver está muito bonita".
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A perspetiva é corroborada pelo ginasta Miguel Silva, que em "Khronos" é protagonista. "É difícil falar sobre o tempo, porque dentro de uma vida existem vários tempos, o de amar, o de aproveitar, o de ressuscitar, e esta peça consciencializou-me ainda mais para a importância que o tempo tem nas nossas vidas. É realmente muito bom poder guiar os mais novos neste processo e trabalhar com uma equipa diferente do habitual. O público não pode mesmo perder este espetáculo", avisa.
Para ajudar na preparação desta peça, Úrsula Martins contou com o apoio de grandes companhias internacionais, entre elas o Cirque du Soleil, que serviu de inspiração e orientação para toda a comitiva: "Se nos quiserem comparar a alguém, será ao Cirque du Soleil, pelos momentos de circo tradicional que partilhamos. Temos uma forte ligação com a direção artística deles, que estará cá no espetáculo, o que também ajuda a que tudo saia na perfeição na data de estreia".
Para o "Dia D", que é já hoje, são esperadas entre 1000 e 1200 pessoas no Coliseu do Porto e Úrsula Martins garante que se "Khronos" correr bem, a companhia pretende expandir o espetáculo ou pequenos números a solo pelo resto do país. Os bilhetes, à venda nos pontos habituais, vão dos 18 euros (tribuna) aos 22,50 euros (cadeira de orquestra).