Festival regressa com edição alargada e presença internacional. Até 1 de julho espera mais de 10 mil espectadores. Maioria dos espétaculos é grátis
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A partir de hoje e até 1 de junho, Espinho volta a acolher o Festival Mar-Marionetas, um dos maiores projetos nacionais dedicados à arte da manipulação teatral de bonecos. Com quase duas décadas de história, a programação da 19.ª edição é mais abrangente e conta com 250 apresentações, 19 companhias de teatro, com seis países e três continentes representados. O certame está à espera de mais de 10 mil espectadores.
Com direção artística da companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora, o Festival contará com espetáculos, exposições, oficinas, cinema de animação, visitas guiadas e performances em 16 locais do concelho, com epicentros no Multimeios de Espinho, no Fórum de Arte e Cultura de Espinho e na Academia de Música.
“A programação é maior, o público está mais crescido, o festival está mais sólido. Esta edição tem um mês de duração, alargando-se do público geral a escolas, visitas guiadas, exposições”, afirma Filipa Mesquita, responsável pela direção artística, que nos guia pela programação do certame.
Programação dinâmica
O espetáculo de abertura, que acontece já hoje, fica a cargo da companhia Limite Zero, que celebra 22 anos de carreira com a peça “Próxima estação”. A companhia apresenta também uma exposição, aberta ao público até 1 de junho, no Centro Multimeios. Na sessão inaugural serão também entregues os prémios do Concurso Internacional de Marionetas e Objetos.
Entre os destaques da programação inclui-se o espetáculo-teatro “O rapaz que morava à beira-mar”, considerado a peça-chave deste ano e que, durante as primeiras semanas do mês, percorreu as escolas do concelho. Segundo Filipa Mesquita, “é um espetáculo do território, das suas características, da sua relação com o mar e com a sensibilidade ambiental. É importante que o público sinta que aquilo que vê lhe pertence”. “O rapaz que morava à beira-mar” estará em cena até o encerramento do Festival.
Ao longo de três fins de semana, Espinho acolherá propostas para todas as idades, com sessões pensadas para bebés, famílias e escolas. Entre os nomes internacionais, marcam presença artistas da Argentina, Brasil, Chile, Espanha e Japão. O cartaz destaca nomes como o japonês Kôichi Iimuro, que apresenta “Samurai – Iwan Jyūtarō”, uma das estreias internacionais mais aguardadas e, também, a Companhia de Circo e Teatro Tiritantes, que encerra o Festival com “Ulterior a viagem”, um cruzamento entre circo e teatro de marionetas.
Maioria de peças grátis
Com um olhar simultaneamente artístico, educativo e comunitário, o Mar-Marionetas reforça o seu papel como espaço de encontro e de partilha: “A nossa missão é ocupar a cidade com criatividade e bem-estar, construir memórias e afetos. Queremos que o Mar-Marionetas seja um lugar onde todos se sentem representados”, reforça Filipa Mesquita.
O festival destaca-se ainda pela descentralização e acessibilidade. Para a diretora artística, “é fundamental marcar presença nos espaços públicos, nos locais onde as pessoas convergem. Todas as crianças do 1.° Ciclo do concelho vão assistir aos espetáculos”.
O certame oferece acesso gratuito à maioria das iniciativas e o preço máximo por bilhete é cinco euros. Integra espetáculos em língua gestual portuguesa, promovendo a inclusão e a participação de todos.