“Irreversível” estreia esta segunda-feira na RTP1, com Margarida Vila-Nova no papel de uma psicóloga que se alia ao inspetor interpretado por Rafael Morais para resolver o homicídio de uma jovem de 17 anos. Escrita e realizada por Bruno Gascon, série policial cruza “temas complexos” como tráfico humano e saúde mental.
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“Uma série densa”. É assim que a atriz Margarida Vila-Nova descreve “Irreversível”, que estreia, esta segunda-feira à noite, na RTP1. Na pele da psicóloga Júlia Mendes, vai colaborar com o inspetor Pedro Sousa (Rafael Morais), na investigação do “crime que abre o primeiro episódio”, lançando a história.
“Lembro-me que, a cada episódio que fui lendo, quando recebi os seis episódios, havia um sentimento de inquietação, que nos aponta para pistas diferentes, direções diferentes. Acho que essa inquietação e essa complexidade, este cruzamento de histórias, é aquilo que também surpreenderá o espetador e também me agarrou à história”, explicou a protagonista, em conversa com o JN.
Tudo começa com o homicídio de uma jovem de 17 anos, cujo corpo dá costa. A Figueira da Foz é o cenário, mas não está explicitamente identificada, num “thriller” escrito e realizado por Bruno Gascon, que soma no currículo outros projetos que abordam temas fraturantes, alguns deles com base em casos reais.
Não foi o que aconteceu em “Irreversível”, mas também não faltam “temas complexos”, como homofobia, bullying, o tráfico humano e a saúde mental. “Não é baseada em factos reais, mas é compilada em várias histórias que fui lendo, criando uma teia que envolve todos os assuntos da atualidade num thriller, onde as pessoas vão andar à procura de um assassino ou de quem matou uma rapariga”, explicou Gascon, no dia da apresentação à imprensa.
A escolha da Figueira da Foz teve o apoio da autarquia local e foi ao encontro do pretendido pela produção. “Queríamos, acima de tudo, locais que tivessem serra e que tivessem mar, até porque o mar é uma personagem importante desta série e vai ter alguma visibilidade”, sublinhou o realizador, prometendo prolongar o suspense até ao final.
Uma história com várias histórias
Esta foi a primeira vez que Margarida Vila-Nova trabalhou no plateau com Rafael Morais, formando uma dupla com bons resultados, como admitiu a atriz: “Foi muito curiosa a cumplicidade criada, até pelos ritmos que temos, pela dinâmica que temos, pela forma como construímos as cenas. Cada um tem o seu método, tem o seu caminho para chegar a um fim, e foi bonito esse respeito, essa compreensão, esse entendimento que foi sendo criado e construído ao longo destas semanas”.
Na pele de um inspetor, Rafael diz que tentou “fugir um bocado de referências de séries fascinantes”, até porque considerar “que o panorama português no que toca a inspetores, detetives e polícias é muito diferente dos Estados Unidos. “Tive conversas com uma inspetora da PJ, para tentar perceber esse lado”, recordou, revelando ainda que teve ainda que “construir ou descobrir os traumas” que a sua personagem carrega.
O elenco junta ainda, entre outros, Paula de Magalhães, que faz de Luísa, a jovem assassinada, amiga de Sara (filha de Leonor, a personagem de Soraia Chaves, que é a melhor amiga da psicóloga Júlia), a colega de liceu interpretada por Laura Dutra, que se torna uma das principais suspeitas do crime. Helena Caldeira veste a pele de uma mãe (Rita) cuja filha foi-lhe retirada por uma assistente social, e lutará para a encontrar, enquanto Pedro Laginha e Ana Cristina de Oliveira dão vida aos pais de Luísa, num intrincado de vivências em paralelo com a história principal.