Nova parceira de Manuel Luís Goucha ainda não tem casa na capital. Na Invicta fica a família a quem se juntará às quartas e aos fins de semana.
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Se a vida de Maria Cerqueira Gomes fosse música "seria bossa nova". É por isso que se diz embalada pela tranquilidade quando olha o futuro em Lisboa, sempre com o Porto no pensamento. Nascida e criada na Foz, a apresentadora prepara-se para novas rotinas na capital e na TVI, onde lhe falta ainda encontrar casa, sem se desligar das suas raízes.
Escolhida para substituir Cristina Ferreira, no programa da TVI "Você na TV", ao lado de Manuel Luís Goucha, a partir de janeiro, Maria sai da zona de conforto que a Invicta lhe oferece, mas apenas a meio termo. Isto porque a família não a acompanhará na mudança para o Sul, obrigando-a a desdobrar-se como mãe e profissional. "Virei ao Porto a meio da semana (à quarta-feira) e regressarei à sexta para o fim de semana, ou seja, vou dormir mais vezes no Porto do que em Lisboa. Esse é o compromisso que assumi comigo e só é possível por ter uma excelente retaguarda. Seria um egoísmo da minha parte pegar (por mais saudades que vá ter) no João [o filho mais novo, de 15 meses, fruto da atual relação com António Miguel Cardoso] e tirá-lo do ambiente dele. Prefiro sacrificar-me. Ele está muito bem, são três dias da semana em que não me vai ver e sei que me vai custar mais a mim do que a ele", confessa em conversa com o JN.
Os primeiros a saber
A filha, Maria Francisca, que fará 16 anos em janeiro, "embora tenha ficado muito feliz", está desolada por não estar diariamente com a mãe. A dar os primeiros passos como modelo, conta também com o apoio do pai, o piloto de automóveis Gonçalo Gomes, "e lidou bem com a situação" que conheceu "quando houve certezas. "As primeiras pessoas que souberam desde o primeiro dia foram o meu pai e o António [o companheiro]. O apoio deles foi muito importante", reconhece.
O núcleo familiar é a base de estabilidade da comunicadora, não fosse ela oriunda de um dos clãs mais emblemáticos do Porto e a mais velha de seis irmãos. Filha do advogado Manuel Cerqueira Gomes, ainda ponderou seguir Direito, mas foi na área da publicidade que se formou e acabou a estagiar no Porto Canal de onde saiu anteontem, em lágrimas, após 12 anos de carreira e evolução.
Na memória, Maria guarda "o cheiro do pinhal em Ofir", para onde ia com os avós, a quem está muito ligada. Por isso, o filho herdou o nome do avô materno embora, durante a gravidez, se referisse ao bebé como "Tiquinho" que, na altura, era o marcador de serviço do Futebol Clube do Porto, o seu clube de eleição.
"Bom garfo", Maria Cerqueira Gomes exibe "as medidas perfeitas" - como descreve o estilista e amigo Miguel Vieira - muito à custa do exercício físico com o PT dos famosos Nilton Bala, pois no prato não troca um "um bom cozido à portuguesa" por qualquer outra especialidade.
Não consigo chegar a Queluz de Baixo sem GPS
Aos 35 anos, Maria Cerqueira Gomes assume-se como coapresentadora de Manuel Luís Goucha no "Você da TV", nas manhãs da TVI. Um lugar desejado por muita gente, mas que conquistou pela sua forma de ser e de estar, com a preferência do público e do veterano apresentador do programa. Ainda a palmilhar caminho, a portuense garante que não se deixa deslumbrar.
Como foram as últimas horas no Porto Canal?
Custou-me horrores. Deixar para trás a equipa... Saí de lá mesmo triste, triste. Chorei, parecia uma Maria Madalena. Ainda estou. Parece que não é real. Não sei explicar. Foram 12 anos. Eu comecei lá. Estive a ver as minhas primeiras imagens... Era uma miúda. Trabalhei com várias pessoas e, graças a Deus, dei-me bem com toda a gente. Gostava de levar o conceito de trabalho que tinha para onde vou. Quero ser feliz, apesar das dificuldades.
Rumo a uma vida nova como é que se sente?
Uma mulher que vai de coração aberto, para ser feliz no que vou fazer. A vida pode ensinar-me várias coisas, mas vou com vontade de conseguir que quem trabalhe comigo, bem como o público, seja feliz e que, daqui a uns tempos, diga: "fogo! ainda bem que a escolhemos".
Ter a preferência do público é entrar a ganhar?
É um ponto muito forte a meu favor. Ter o público comigo, saber que ajudou a decidir o meu futuro e que está de coração aberto para me conhecer é um desafio acrescido. Conhecer ou redescobrir dado que há um público que já me conhece do Porto Canal, há outro que me conheceu quando estive com o Manuel e depois há o público que me vai conhecer. Vou absorver tudo o que o Manuel Luís tem para me ensinar.
Esteve esta semana em Lisboa. Já vai começar a trabalhar?
Ainda não. Fui gravar um programa como entrevistada e almoçar com o Manuel Luís, o Bruno Santos [diretor de antena] e mais algumas pessoas da TVI. E perceber também o percurso e quanto tempo demoro a chegar de manhã. Tenho de começar a ganhar calo. Sempre vivi no Porto e não sei chegar a Queluz de Baixo sem o GPS.
No dia que foi ao "Você na TV" sabia que estava a ser testada?
Zero. Percebi que poderia haver alguma coisa no dia em que cheguei ao estúdio e encarei com o José Eduardo Moniz. Mas ninguém me disse nada. Falava-se muito que eu iria para a TVI, mas eu não sabia de nada. Só quando as coisas acalmaram é que ligaram.
Diz-se que o Manuel Luís Goucha não é fácil de conquistar...
Não senti nada disso. Percebi, até pela conversa, que ele é uma pessoa diferente do que era na RTP, há uns anos. Aliás, ele assume que é uma melhor pessoa agora. Acho que só poderia ir para Lisboa com um anjo da guarda como ele ao meu lado.